Os quatro catadores de lixo, Itamar Silva de Jesus, Luís Eduardo, Élio Barreto Silva e Rosalvo, foram assassinados brutalmente com tiros à queima-roupa na cabeça, por volta das 7h do dia 16 de janeiro. A delegada Maria Andrade Ramos, responsável pelo caso, afirmou que as investigações estão sendo feitas, mas não se tem pistas sobre o motivo da chacina. A vizinhança suspeita que o crime foi uma espécie de "limpeza social" para higienizar a área.
Moradores do bairro
A chacina sensibilizou os moradores do local que tinham um contato diário, muitas vezes até afetivo, com as vítimas. No sétimo dia após o crime, eles arrecadaram dinheiro para celebrar uma missa para os moradores de rua. A viúva Dona Francisca Abreu sempre se emociona quando fala deles: "Estão me fazendo falta. Eles eram como uma família para mim". Em casa, ela mostra o jarro com as rosas que um deles, o Luis, ajudou a cultivar. Os laços de amizades tecidos entre eles revelam detalhes da convivência que humanizam a vida das vítimas.
Outra morte: Após 10 dias da chacina no Cabula VI, o morador de rua Ednei, conhecido como Lacraia, foi assassinado com dois tiros no abdômen enquanto pedia esmola numa sinaleira do bairro Campo Grande, em Salvador. A polícia suspeita de envolvimento com tráfico de drogas, mas não descarta a possibilidade de crime homofóbico, já que Ednei era negro e homossexual.