A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, anunciou nesta sexta-feira (15), durante a missa em homenagem ao padroeiro da cidade, Santo Amaro de Ipitanga, a realização de uma campanha, em parceria com as igrejas locais e a Polícia Militar, em prol das vítimas do terremoto no Haiti.
 
A idéia nasceu em conversa da prefeita com o major PM Jose Izidro de Souza Neto, comandante do 52° Companhia Independente da Polícia Militar de Lauro de Freitas. A prefeita sugeriu a doação de latas de leite em pó que, através do governo federal, chegarão ao país caribenho.

A missa solene, inicialmente prevista para ser celebrada pelo cardeal-arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, D. Geraldo Majella, foi presidida pelo bispo-auxiliar D. Josaphat Menezes, que explicou a ausência do cardeal.
 
"D. Geraldo, fundador da Pastoral da Criança junto com a Dra. Zilda Arns, foi prestar-lhe homenagens e participar das celebrações de seus funerais", explicou Menezes. Zilda Arns faleceu durante o terremoto no Haiti. Josaphat Menezes anunciou que o cardeal também lançará, para toda a Arquidiocese, uma campanha de ajuda aos haitianos, durante a celebração de missa solene em louvor ao Senhor do Bonfim, na Igreja do Bonfim, às 10h do próximo domingo (17). D. Geraldo era amigo da médica Zilda Arns, com quem trabalhou quando foi bispo de Toledo, no Paraná.

As vítimas de Angra dos Reis - entre as quais estava uma família inteira residente em Lauro de Freitas - e do Haiti foram lembradas também nas saudações iniciais do padre Jair Arlêgo, pároco de Santo Amaro de Ipitanga, passando pela homilia do bispo Menezes, até o pronunciamento da prefeita Moema Gramacho. "É justa a ausência do cardeal D Geraldo, e eu também tive a oportunidade de fazer homenagem a Dra Zilda quando fui deputada estadual. É um exemplo louvável de pessoa que abriu mão de muitos confortos e que, mesmo aos 75 anos, ainda viajava pelo mundo pregando a solidariedade e combatendo a miséria que atinge principalmente as crianças", disse Moema.

Celebração 

Durante a celebração, o padre Jair Arlêgo agradeceu ao apoio de toda a equipe da prefeitura de Lauro de Freitas, que se empenhou em realizar a festa do padroeiro da cidade, Santo Amaro. "Este ano, o meu primeiro como pároco nesta cidade, pude ver como é bonita a relação do município com a Igreja. A participação da prefeitura na organização da festa de nosso padroeiro não foi feita apenas de modo técnico, mas de forma muito carinhosa", ressaltou o pároco. Ao final do discurso o padre entregou à prefeita Moema Gramacho e ao secretário de Governo, Ápio Vinagre, em nome de todo o secretariado, lembranças da festa como homenagem.

Em sua homilia, durante a liturgia da Palavra, o bispo Josaphat Menezes ressaltou que a data da celebração do padroeiro está na origem do município e não pode passar à margem da sociedade. "Esta é festa da Igreja, dos cristãos e da cidade, que têm nela o seu marco inicial há 402 anos", lembrou o prelado. Ele disse ainda que o grande exemplo deixado por Santo Amaro foi que "nada devemos antepor a Deus. Ele deve ter a palavra e indicar o que é mais necessário. Amaro rezava, aproveitando a sabedoria da Palavra de Deus, e depois agia. Seguiu a regra dos beneditinos que dizia ´Ora et labora´, ou seja, reza e trabalha", comentou D. Josaphat, que recomendou a postura também aos agentes públicos.

Após a missa, a imagem do santo foi levada em carreata até a Comunidade de São Pedro, de onde retorna à tarde em procissão pelas ruas da cidade. Amanhã (sábado), um Cortejo Cultural organizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, sai do final de linha do Centro em direção à Igreja Matriz para a tradicional lavagem das escadarias da secular igreja de Santo Amaro de Ipitanga. Grupos culturais, como os de samba de roda, ternos de reis,m capoeiristas, baianas, penas de pau e outros prestam homenagem ao santo padroeiro do município.

Biografia de Santo Amaro

Santo Amaro (Mauro) Aba de Cupê nasceu em 493 d.C e era o discípulo mais notável de São Bento. Era filho do senador romano Eqüício e de Júlia. Ele curou enfermos, um mudo paralítico, um cego de nascença (Heraldo), caminhou sobre as águas através de assistência de Deus e profetizou a morte de São Bento. Edificou 120 mosteiros na França. Faleceu em 15 de janeiro de 565 aos 72 anos.