Salvador

SUPERINTENDENTE DA APAE RECEBE TÍTULO DE CIDADÃ DE SALVADOR NA CÂMARA

Vide
| 21/08/2009 às 19:13

Maria da Conceição, Cláudio Cruz e Ademilton Ferreira tiveram suas vidas transformadas após conhecerem o trabalho realizado por uma senhora de nome Ilka dos Santos Carvalho. Sob os aplausos de uma platéia que assistiu emocionada aos discursos de agradecimento por eles proferidos, a Câmara Municipal conferiu à superintendente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) o Título de Cidadã de Salvador. A sessão solene, proposta pela vereadora Vânia Galvão (PT), lotou o auditório do Centro de Cultura da Câmara, na noite de quinta-feira (20).


"Passei de aluno a professor. Por causa do incentivo que recebi de Ilka, decidi que quero seguir a carreira. Se depender de mim, me aposento na Apae", disse, orgulhoso, Ademilton, ex-aluno e atual colaborador da instituição. Aos 10 anos de idade, conheceu a Apae quando sua mãe procurava uma escola, voltada a pessoas com necessidades especiais. Desde então, criou laços com a Associação e, em especial, com a sua maior representante. "Falar da Apae é falar de Dona Ilka. Se ela não perseverasse, a Apae não seria a instituição que é hoje", afirmou.


Sem conter as lágrimas, Cláudio Cruz, também colaborador da instituição, teceu elogios a Ilka, que o ajudou na luta contra um câncer. "Ela é mais do que uma pessoa que se dedica a uma causa, é uma mãe disposta a cuidar de você quando mais precisa", falou.

A vida de Maria da Conceição de Jesus Silva, mãe de um aluno da Apae, também passou por mudanças. Por meio de palestras que orientavam as mães a cuidar de seus filhos e a não sentir vergonha deles, sem medo de olhares alheios, Maria da Conceição reviu seu comportamento. "Antes da Apae eu era uma pessoa sem atitude. Hoje, graças a Ilka, eu tenho orgulho da mãe que sou. Através do seu trabalho, ela ergueu a minha família", desabafou.


FAMILIAS

Com 36 anos de trabalho dedicados à instituição, 30 deles como superintendente, Ilka contribuiu para mudar a vida de inúmeras famílias que passaram pela instituição. "Dona Ilka transformou a pequenina Apae das décadas de 60 e 70 numa organização que prima pela qualidade da gestão nas áreas de prevenção e tratamento de saúde, na educação e no trabalho", ressaltou Vânia Galvão. Hoje, a Apae mantém um Centro de Formação e Acompanhamento Profissional (Cefap), um Centro Médico, um Laboratório de Triagem Neonatal e um Laboratório de Análises Clínicas, além de um Centro de Difusão de Tecnologia.


Apesar de ser uma instituição respeitada e reconhecida na Bahia, Ilka lembrou que o trabalho foi árduo até se conseguir uma melhor estrutura e notoriedade para a Apae: "Não foi uma caminhada fácil. A Apae era muito carente". Segundo o presidente da Associação, Derval Evangelista, o nome de Ilka não pode ser dissociado da Apae, diante do seu trabalho incansável para o desenvolvimento da entidade.


Ao lado da homenageada e de Vânia Galvão, que presidiu a mesa, estavam a vereadora Marta Rodrigues (PT), Derval Evangelista, Maria da Conceição, representando as mães da Apae, e o auto-defensor da Associação, Daniel da Silva Pinto. A cerimônia de entrega do título também contou com a apresentação da Companhia de Dança e Percussão Opaxorô, do Cefap. O grupo, formado por jovens com deficiência intelectual, fez a recepção dos convidados, no foyer do Centro de Cultura.