MENSAGEM:
 
A estratégia do PMDB em todo o país de fazer as obras a toque de caixa, desrespeitando todas as leis vigentes de um Estado democrático de Direito, visando à campanha eleitoral, tem produzido estragos irreversíveis, tanto no meio ambiente quanto na distorção e manipulação de informações que são veiculadas à sociedade.

Desconsideram e desrespeitam o papel das instituições de fiscalização e controle, que estão no cumprimento de suas atribuições legais, com uma absurda inversão de valores.

Quem está errado, eles gritam que está correto, e ainda se fazem de vítimas. Ah, mas quem está agindo dentro da lei está errado, está fazendo complô do contra, está fazendo política. É impressionante como os destruidores se unem para em coro atacar o Ministério Público e os órgãos ambientais.

Demonstra um total despreparo e desconhecimento das informações, e sem nenhum compromisso com a verdade, tentam confundir a população de que eles são vítimas de perseguição.
 
Só se vê na Bahia
 
Na Bahia, a Secretaria do Meio Ambiente e os demais órgãos ambientais estaduais e federais vêm sofrendo ataques absurdos com a acusação de que "se metem em tudo e só servem para atrapalhar".

Incomoda muita gente a forma séria como os órgãos vem cumprindo com suas obrigações constitucionais. Governantes que gostaria de ter poderes absolutos atropelam as leis e não querem ser fiscalizados nem punidos.

Em Salvador, vemos abusos dos mais graves, em uma verdadeira campanha de degradação ambiental promovida pelas "ditas obras que trazem o progresso", aterrando lagoas e rios, degradando vegetação e água em áreas protegidas por lei.

Esquecem-se ou fingir não saber da importância e necessidade que isso tem. Os interesses econômicos e políticos falam mais alto. É mais fácil atacar os órgãos ambientais do que agir dentro da legalidade. Agir assim e ainda ter o apoio de atores que contribuem para uma campanha de manipulação é um verdadeiro disparate.
 
Só se vê na Bahia II
 
O pior é perceber que, dentro do próprio Governo do Estado, o núcleo duro se junta a esse coro dos que querem fazer as obras no grito e em desrespeito às leis, dando mau exemplo e mostrando que há outros interesses em jogo. No caso da cobertura do canal do Imbuí, fica nítido um racha dentro do próprio Governo do Estado.
 
De um lado, o órgão que tem por atribuição legal a fiscalização e o licenciamento das obras que interferem em recursos hídricos, cuidando da proteção do rio, totalmente sozinho, isolado e atacado. Claro, ninguém quer mexer com a OAS.

Desenvolvimento?

Este discurso de que o meio ambiente atrapalha o progresso é de muita ignorância e atraso. Nos países desenvolvidos, a proteção ambiental é um exemplo de melhoria de qualidade de vida das pessoas. Os rios são áreas de lazer e pontos turísticos, e são revitalizados ao invés de serem cobertos, e onde já se cobriu, como na Coréia do Sul, foi feito o inverso.

Para todos os rios urbanos contaminados, a solução é a despoluição, são obras de saneamento básico, com retirada de esgotos. Cobrir um rio é matá-lo definitivamente. E são os rios que controlam a temperatura das cidades, que já são todas asfaltadas e impermeabilizadas, cada vez mais inabitáveis e insuportavelmente quentes.

(Ricardo Pinheiro, por e-mail)