Salvador

TRABALHADORES DE LIMPEZA CONTINUAM COM SALÁRIOS ATRASADOS NO ESTADO

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| 20/07/2009 às 17:37
 A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia (Sindilimp-BA) realizou na manhã desta segunda-feira, 20, uma manifestação reunindo os funcionários das empresas Imperial, Medial, Delta e Cetro, prestadoras de serviços para o governo do Estado que até o momento não quitaram os salários dos trabalhadores. Há empresas que estão a seis meses sem pagar salários.

Após a manifestação os trabalhadores foram para a Procuradoria Geral do Estado (PGE) no Centro Administrativo da Bahia (CAB) onde foram recebidos pelo procurador geral Rui Moraes Cruz às 12h30min.

Para o coordenador do Departamento Jurídico do Sindilimp-BA, Luiz Carlos Suíca, "os atrasos constantes e o silêncio do governo do Estado não podem mais ocorrer. O procurador geral Rui Moraes foi bastante receptivo e se dispôs a nos ajudar a resolver este grave problema, porém, como a PGE não é a 'dona do cofre' esperamos que as Secretarias tomem as providências necessárias, em especial a Secretaria de Educação, onde os problemas são maiores e mais graves".
 
Na reunião a diretoria do Sindilimp-BA relatou os problemas existentes destacando-se os atrasos de salários, vale transportes, vale refeição e demais benefícios assegurados por lei e pela Convenção Coletiva de Trabalho.

"Os trabalhadores estão sendo humilhados em seus locais de moradia. Já ganham baixos salários e sem receber em dia passam pela vergonha de dever aluguel, mercearia e demais estabelecimentos comerciais. Alguns estão sendo ameaçados por agiotas. O governo do estado precisa tomar uma atitude séria e cobrar das empresas o cumprimento do contrato assinado que entre outras coisas exige o pagamento em dia dos salários", afirmou Luiz Carlos Suíca.

JOGO DE EMPURRA

Para o sindicalista os atrasos salariais estão virando "um jogo de empurra. As Secretarias dizem que repassaram o dinheiro para as empresas e as empresas dizem que não recebem do Estado. Queremos que se encontre medida legal para que os terceirizados recebam salários e demais benefícios diretamente".

"O governo não pode alegar falta de recursos, pois vários secretários desse governo receberam mais de R$ 1 milhão para participar de reuniões em conselhos de estatais. Embora a medida possa ser legal e infelizmente corriqueira no serviço público, não deixa de ser moralmente questionável. Se sobra dinheiro do Estado para jogar no bolso de diversos secretários, por que não pagar em dia os salários dos trabalhadores terceirizados?", questionou o sindicalista.

A PGE comprometeu-se a entrar em contato com as Secretarias que apresentam problemas de atraso, verificar a possibilidade de rescindir os contratos e assegurar os direitos dos trabalhadores.

"A reunião foi positiva, o procurador Rui Moraes foi bastante solícito e esperamos que os secretários tenham o mesmo comportamento e não tratem com a habitual arrogância e omissão a questão dos terceirizados", finalizou Luiz Carlos Suíca.

A diretoria do Sindilimp-BA está convocando os trabalhadores a participar nesta terça-feira, dia 21, às 14h30min, na Câmara Municipal de Salvador de uma audiência pública para discutir o processo de contratação de empresas terceirizadas nos serviços públicos do Estado onde os funcionários farão da atividade um ato de protesto.