"Pela primeira vez a Câmara abre as suas portas para receber ilustres moradores, ex-moradores e amigos do Rio Vermelho, bairro histórico e muito querido por nós", destacou o vereador em seu discurso. Continuou lembrando a chegada de Caramuru à Pedra da Concha, na Enseada da Mariquita, ponto de partida para a miscigenação brasileira.
Ligado ao bairro há mais de 20 anos, antes de ocupar uma cadeira na Câmara, o vereador Pedro Godinho falou também das belezas do Rio Vermelho, visto como antigo aldeamento dos índios tupinambás, balneário de veraneios e reduto de artistas. "Hoje o Rio Vermelho desfruta o status de ser o bairro mais boêmio de Salvador", assegurou.
Bênção
Presente na mesa de trabalho, o padre Ângelo Magno Lopes, presidente do Conselho Paroquial do Rio Vermelho, emblematizou a sessão, ao dar-lhe um contexto cristão, quando benzeu com água benta os presentes.
A historiadora Consuelo Pondé de Sena, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, ressaltou a importância do bairro e dos seus ilustres personagens. O presidente da Central das Entidades do Rio Vermelho, Clóvis Bezerril, destacou as ações do vereador Pedro Godinho para se criar o Memorial Caramuru e o dia comemorativo ao personagem que é considerado o patriarca da Bahia.
Uma análise histórica do bairro foi feita pelo presidente do Conselho de Cultura e Turismo do Rio Vermelho, Ubaldo Porto. Ele destacou pontos que marcaram os 500 anos do Rio Vermelho, desde a chegada de Caramuru até os dias atuais.
Também participaram da sessão comemorativa o ex-vereador de Salvador, Ignácio Gomes; o presidente da Associação Comercial da Bahia, Eduardo Castro; o diretor da Academia dos Imortais do Rio Vermelho; Roberto Menezes; o presidente da Associação Cultural Caballeros de Santiago, Santiago Campo; e o diretor da Associação Comunitária Caramuru, Antonio Viana.
COMENTÁRIO
DO BAHIA JÁ
A história de Diogo Alvares não tem nada com o bairro do Rio Veremelho.
Esse europeu, até hoje sem identificação de sua origem, foi posto pelos franceses na Bahia por volta de 1509/1510, e se instalou no altiplano da Barra/Graça, onde ergeu uma capela, por volta de 1529.
Segundo o historiador Cid Texeira, a capela teria sido erguida na área da antiga casa de Clemente Mariani e depois na Graça onde se encontra o mosteirindo beneditino.
Impossível o bairro do Rio Vermelho ter 5 séculos porque ele só surgiu com expansão da cidade, no século XIX. Sua fundação não tem nada com Diogo Álvares.
Quando ao personagem Caramuru trata-se de uma lenda criada por um frei agostiniano. E só.