Os motores da aeronave serão enviados para os laboratórios do Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Outra equipe vai se debruçar sobre a documentação do turboélice e dos pilotos, em busca de eventuais irregularidades ou pistas que ajudem a esclarecer o desastre. O avião havia decolado do Aeroporto de Congonhas e caiu quase três horas depois, às 21h31, a 197 metros da cabeceira da pista do Aeroporto Terravista.
A primeira hipótese levantada por militares é uma possível "desorientação" do piloto em relação à posição do aeroporto. Em Trancoso, pelas características do local da queda, podia-se dizer que o avião tinha mais força no plano vertical na hora do acidente. Isso indicaria que o piloto se preparava para tocar o solo, mesmo fora da posição.
Outra possibilidade é de falha mecânica, especialmente nos motores. Testemunhas relataram que o turboélice já parecia avariado, antes da queda e da explosão. A terceira hipótese é um disparo inadvertido do compensador, um dispositivo, usado no pouso, que diminui a sensação de "pressão" nos controles de direção da aeronave.
Nas investigações realizadas até o momento, a Aeronáutica descartou como determinantes para a queda do King Air tanto a chuva quanto a iluminação do aeroporto. Peritos e especialistas dizem que a leitura da caixa-preta deve ajudar a restringir o número de hipóteses. Lembram ainda que situações atípicas, como um mal súbito, desmaio ou mesmo um enfarte, não podem ser descartadas.
O acidente
A aeronave decolou em Congonhas (SP) às 18h30 e caiu por volta das 21h, ao tentar pousar na pista particular do hotel Terravista Club Med, que tem 1.500 metros e é dedicada exclusivamente ao atendimento de aeronaves executivas. Chovia forte na região no momento do acidente.
Testemunhas disseram que o avião, de prefixo PR-MOZ, voava baixo e teria explodido antes de se chocar contra uma árvore e cair nas proximidades da cabeceira da pista de pouso. A área é de mata fechada e difícil acesso.
Antes do pouso, a tripulação da aeronave fez contato com o Controle Aéreo de Porto Seguro e com a rádio do aeroporto, informando ter condições visuais para pousar no aeródromo. Segundo a assessoria do empreendimento, até a colisão, os controladores de voo do aeroporto não notaram qualquer problema enquanto monitoravam a aterrissagem.
(*Com informações do jornal "O Estado de São Paulo"