Salvador

SUBÚRBIO FERROVIÁRIO PREJUDICADO COM FECHAMENTO DE MATERNIDADE

Vide
| 01/05/2009 às 19:09
Em greve desde o dia 16 de janeiro de 2006 por atraso nos salários, os trabalhadores da Maternidade Maria Mãe de Salvador, localizado no Alto do Cabrito, reivindicam que a entidade gestora tome uma providência imediata, pois o fechamento do hospital prejudica a todos, em especial os moradores do Lobato e todo Subúrbio Ferroviário que utilizam os serviços deste hospital que é uma referência na região e onde se realizava cerca de 250 partos por mês.

O início das irregularidades quanto ao pagamento dos salários começou em outubro de 2005, quando cada funcionário recebeu apenas 65% do seu salário. Em janeiro de 2006, como não se apresentou nenhuma outra solução, os trabalhadores entraram em greve.

A direção da entidade mantenedora Associação Apoio e Solidariedade que antes era a Associação Imaculada Conceição, não faz nenhuma proposta aos trabalhadores, não paga os salários atrasados e muitos enfrentam uma situação de absoluta penúria sem receber o que têm direito.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da rede de Saúde - Ramo Privado (SindiSaúde), Fernando Alvino, afirmou que "o propósito dos trabalhadores é o de encontrar uma solução urgente para o problema e não prejudicar os moradores do já sofrido Subúrbio, mas os funcionários não podem viver e pagar suas contas somente com as promessas.

Queremos, com a responsabilidade que sempre caracterizou os trabalhadores, um acordo onde a população seja respeitada e os funcionários tenham os seus direitos assegurados. A direção do hospital deve procurar um canal de negociação e não tratar com descaso esse grave problema social".
 
ÚNICA EM LOBATO

A Maternidade Maria Mãe de Salvador é a única da área do Lobato e Subúrbio Ferroviário. Além de partos, o hospital realiza exames laboratoriais, vacinação, atendimento odontológico, exames radiológicos e outros. Sem esses serviços, a população carente da região é obrigada a deslocar-se para outros locais distantes do bairro. Cerca de 30 funcionários que foram demitidos estão com ações na Justiça do Trabalho desde 2001 e ainda não resolveram a situação.
 
Os demais estão sem a Carteira Profissional com baixa no contrato de trabalho, não receberam nada a título de direitos trabalhistas com salários, férias proporcionais, aviso prévio, FGTS e nem mesmo podem dar entrada em pedido de salário desemprego já que a demissão não está caracterizada. A Justiça do Trabalho já emitiu mandados de apreensão dos bens e penhoras, porém, nada de concreto foi feito para beneficiar os trabalhadores.

"A direção do SindiSaúde exige que esta situação seja resolvida, que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e, mais ainda, que a Maternidade Maria Mãe de Salvador volte a funcionar e atender a população carente da região que passa por sérias dificuldades com o fechamento do hospital", finalizou Fernando Alvino.