MENSAGEM: Somos professores da rede pública estadual e estamos indignados com a situação dos funcionários da nossa escola, que desempenham serviços gerais, de limpeza e na secretaria. Eles não recebem salários, tíquete alimentação nem vale-transporte há pelo menos três meses.
Apesar disso, a escola tem se mantida limpa e funcionando normalmente graças ao sacrifício dos funcionários e o apoio de familiares e colegas que contribuem com vale-transporte.
A situação é bizarra, antiga e já denunciada. O estado contrata empresas para terceirizar o serviço e elas não cumprem os mínimos direitos trabalhistas. Os contratos são de boca, as empresas retêm as carteiras profissionais dos trabalhadores e não assinam e nem devolvem, atrasam salários, não recolhem INSS, não pagam décimo-terceiro, nem férias. Recusam-se sequer a atender telefonemas de funcionários e alegam que a culpa é do Estado que está inadimplente com o contratos.
O argumento da Secretaria da Educação do Estado, que circula na escola, é de que os relatórios de desempenho de cada funcionário não estão sendo enviados pelas empresas Medial e Imperial, que terceirizam o serviço.
Neste jogo de empurra ninguém resolve nada e a situação se agrava a cada dia. Pela lei, o estado é co-responsável, portanto é cúmplice na irregularidade, e o que choca mais é que este tipo de irregularidade seja praticada por um governo que se diz dos trabalhadores.
Quando falamos governo dos trabalhadores não nos posicionamos como eleitores da oposição. Muitos de nós elegeram este governo e nos choca a mudança do discurso e o desrespeito aos princípios que alega defender.
Era pra estarmos brigando por avanços e não pela garantia do que já era tido desde o século passado como conquista. A situação parece não se restringir apenas ao Colégio Estadual Luiz Vianna. Circulam queixas de outras escolas sobre o mesmo problema.
(Soraya Almeida, do Colégio Luiz Vianna POR E-MAIL)