Orações pela paz, celebração da diversidade cultural, étnica e religiosa, valorização dos antepassados e resgate histórico foram os elementos da programação religiosa organizada pela Prefeitura de Salvador neste domingo (29), para concluir os festejos dos 460 anos de fundação da primeira capital do Brasil.
 
Logo no início da manhã, na Praça Municipal, um ato ecumênico reuniu representantes das igrejas Católica e Batista, do Candomblé e da Federação Espírita da Bahia, numa demonstração de respeito às diferenças de credo e de amor pela aniversariante.
 
"Vamos olhar o passado da nossa cidade, seus feitos e sua história para construirmos uma nova história. Vamos abrir os braços para um novo tempo", conclamou o padre Valson Sandes, da Basílica da Conceição da Praia, destacando que, mesmo com crenças e doutrinas diferentes, o baiano é um povo de fé.
 
O  baba Silvonilton, do Terreiro Oxumaré, agradeceu a sorte e a graça de ter nascido numa cidade tão plural e tão singular ao mesmo tempo, onde os negros criaram sua identidade e puderam difundi-la. "Estamos muito felizes em atender o convite para celebrar esse tempo de mais tolerância, solidariedade e, especialmente, de mais respeitos às religiões de matrizes de origens africanas".
 
Já Mirian Quariguazi, da Federação Espírita, parabenizou a cidade por suas características peculiares, que "permite e autoriza que religiões e povos de várias crenças convivam em paz e harmonia". Ela ainda recorreu à Gandhi para lembrar que "não existe caminho para a paz. A paz é o caminho".
 
Clamando por dignidade e paz, a pastora da Igreja Batista do Brasil, Genivalda dos Santos, lembrou que é preciso força e ânimo de todos para tornar a "linda e incomparável Salvador" ainda melhor. "Podemos transformar nossa cidade e anular nomes do seu passado, como violência".
 
O secretário Antônio Brito, Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad) falou do "orgulho de a cidade chegar aos seus 460 anos com um povo alegre e trabalhador" e da importância de "Salvador possuir uma prefeitura preparada para atender aos anseios da população".

Uma chuva de brilho e de balões e o hino ao Senhor do Bonfim, cantado pelo Coral da Cidade, encerraram o ato religioso e deram espaço para a apresentação, no local, de oito fanfarras de Salvador e de municípios vizinhos.
 
Parque da Cidade

Como em toda festa de aniversário, o bolo não poderia faltar. E o Parque da Cidade foi o palco escolhido para desejar "os muitos anos de vida" a Salvador, com muita descontração, brinquedos especiais e animação do Tio Paulinho, além da já conhecida beleza natural do local. Uma programação que agradou adultos e, especialmente, as crianças, público-alvo do evento.
 
Karoline Ferreira, de 11 anos, que foi ao parque pela primeira vez especialmente para comemorar o aniversário da cidade, disse que "gostou dos brinquedos e da programação porque reuniu muita gente". O desejo dela é que a cidade "não tenha violência, apenas paz e alegria, e também que as pessoas ruins se tornem boas".