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Conforme noticiado por este BJá em primeiríssima mão, como sempre, a
delegada Marta Carnero da Silva Costa, do município de Souto Soares, na Chapada Diamantina, conseguiu o relaxamento da prisão neste sábado, um dia depois de ter sido presa acusada de fazer um "gato" telefônico e usar em benefício próprio.
O motivo da autuação em flagrante foi a descoberta de que a delegada mantinha em casa uma extensão da linha telefônica que serve à delegacia. Além disso, foi encontrado um aparelho de televisão que seria de uso exclusivo da unidade policial.
A presidente da Associação dos Delegados, Soraia Pinto Gomes, foi prestar assistência à colega e ressaltou que a instituição não vai ratificar condutas contrárias às suas orientações. "Nossa postura é de defesa da lei". Soraia espera que a colega Marta consiga oferecer à justiça os esclarecimentos necessários. "Ela disse que tem explicações para tudo. Nós recomendamos que ela inclusive esclareça os fatos para a imprensa. Mas aí depende dela", explica.
O advogado da delegada, Bruno Maia, acusou a Corregedoria da Polícia de ter agido "com excesso" ao decretar a prisão. "Minha cliente não foi ouvida para justificar o ato do qual foi acusada", reclama. Segundo o advogado, ela teria instalado a extensão para atender melhor à demanda de trabalho.
MOTIVOS
Moradores da cidade e agentes da delegacia suspeitaram das inúmeras vezes que ligavam para o telefone da delegacia e o mesmo estava ocupado, mesmo sem ninguém estar usando. Monteiro afirmou que ainda não é possível contabilizar os gastos totais com as ligações, mas há indícios que elas já haviam sendo feitas há pelo menos um mês.
Em depoimento na Corregedoria, Marta afirmou que teria feito as ligações clandestinas para "continuar o trabalho da delegacia em casa". Apesar da declaração, a delegada , que já tinha seis anos na função, foi autuada em flagrante por crime de peculato (que tem pena variável de 2 a 12 anos). Ela era titular da delegacia de Souto Soares há 6 meses e estava aguardando transferência para Euclides da Cunha.