Sergio Rocha, da direção nacional das Aldeias Infantis SOS, apontou como grande entrave em relação ao ECA a efetivação de seus artigos na prática. Para Rocha, não existe a necessidade de revisão de textos do Estatuto, que atingiu a maioridade. "O estatuto é uma lei que prevê a criação de políticas públicas que permitam a proteção e o desenvolvimento de crianças e adolescentes. No entanto, o ECA não é aplicado em sua essência".
É PRECISO
REVISÃO
Já a secretária municipal do Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrasc) Lourdes Lobo, considera que é necessária a revisão para que o Estatuto acompanhe os avanços na área da Assistência Social ao longo destes 18 anos. Lourdes Lobo também convocou a iniciativa privada e a sociedade civil para o combate à violência infanto juvenil. "Não podemos deixar esta atribuição apenas sobre os ombros do Poder Público. É preciso que todos façam sua parte nesta luta".
O consenso entre os dois foi a boa preparação do município de Lauro de Freitas no enfrentamento a este tipo de violência. "A cidade foi escolhida para sediar o fórum por ter implantado um modelo que serve de exemplo da boa aplicação dos recursos destinados à área e pelos equipamentos que garantem uma ótima atenção à criança e ao adolescente além de estar sempre aberta ao diálogo", afirmou Rocha.
Segundo Lourdes Lobo, o município possui programas essenciais para esta proteção, como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Projovem, Sentinela e o apoio ao Conselho Tutelar.
Aldeias SOS
Criada há 41 anos, as Aldeias Infantis SOS acolhe crianças e adolescentes vítimas de violência ou que estejam em situação de vulnerabilidade social. Segundo José Viana dos Santos, das Aldeias SOS de Lauro de Freitas, a entidade hoje abriga 132 crianças, que participam de atividades de convivência familiar.
"Nosso intuito é oferecer uma família e um lar confortável para estas crianças e adolescentes". Viana explica que os custos de manutenção da sede e com os programas de acolhimento atingem a casa dos R$49 mil e a instituição está aberta a doações, tanto em dinheiro quanto em trabalho voluntário.
"Temos o Programa Padrinho SOS, em que as pessoas participam apenas com dinheiro, o Amigo SOS que prevê a adoção simbólica de uma das crianças e o trabalho voluntário, em que são prestados serviços para as Aldeias SOS". Para contribuir com as Aldeias Infantis SOS basta LIGAR 3378-4066 / 2426