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LAURO DE FREITAS/BA - Hambúrguer de sardinha, quibe de peixe, soja
temperada com sal de ervas e compotas de frutas light. O cardápio, que
é no mínimo diferente, faz parte das Oficinas de Alimentação
realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde para cerca de 60 Agentes
Comunitários de Saúde.
As oficinas são ministradas pela nutricionista Maria Regina da Silva, professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), na Cozinha Comunitária de Lauro de Freitas, e buscam orientar os agentes para que se tornem multiplicadores de informações sobre
nutrição e alimentação saudável.
Segundo a nutricionista, o conteúdo das oficinas, além de sensibilizar
os agentes para a importância da segurança alimentar, ensina a
selecionar e preparar melhor dos alimentos, substituindo gorduras e
açúcares, que em excesso são prejudiciais à saúde.
"Nosso organismo exige uma alimentação com um equilíbrio tênue. Não devemos comer muito, nem pouco", afirma Maria Regina, lembrando que muitas doenças,
como a diabetes, a hipertensão, desnutrição e obesidade podem
decorrer de uma alimentação incorreta. Segundo ela, é preciso que os
agentes de saúde estejam capacitados para identificar cada caso. "Hoje
temos casos de pessoas obesas que estão desnutridas e pessoas magras
com colesterol alto e hipertensas, inclusive crianças".
Educação Alimentar
De acordo com informações do Ministério da Saúde, cerca de 15% das crianças brasileiras são obesas. Para Maria Regina da Silva, este número é resultado dos maus hábitos herdados em casa e estimulados pela propaganda de alimentos industrializados. "Estes alimentos seduzem as crianças, que dentro de um grupo ganham status ao consumi-los. Comer uma fruta no intervalo da escola é pagar mico.
Por isso é necessário educar e mostrar quais são as consequências de
consumir estes produtos".
Combate à Fome
A Cozinha Comunitária e o Banco de Alimentos, onde
são ministradas as oficinas, compõem um conjunto de equipamentos e
programas públicos de combate a fome em Lauro de Freitas, que inclui o
Restaurante Popular, a Horta Comunitária e o Compra Direta Local da
Agricultura Familiar.
O Banco de Alimentos beneficia cerca de 300 famílias e 21 entidades cadastradas. Na Cozinha Comunitária, são realizados cursos de aproveitamento e preparo integral dos alimentos, e o Restaurante Popular serve uma média de 2.600 refeições por dia, ao
custo de R$1,00 cada.