Em tom de alerta, o vereador Odiosvaldo, que é médico, disse que "a asma precisa ser vista como uma enfermidade grave que mata, aproximadamente, 2500 pessoas por ano no Brasil". Destacou também as ações do ProAR e o seu "importante papel no controle da enfermidade". Pediu mais apoio ao programa que atende 3 mil pacientes em Salvador.
Palestrante da sessão especial, o médico pneumologista Adelmir Machado, coordenador do ProAR, falou das ações do programa criado pela Universidade Federal da Bahia. Solidarizou-se com o enfermos, vistos como sofredores e angustiados. Explicou, em síntese, que "a asma é o fechamento e a inflamação dos brônquios pulmonares".
Números preocupam
As formas de tratamento da doença, com a que é feita com corticóides, foram destacadas pelo especialista. Segundo ele, no mundo, com base em dados da Organização Mundial de Saúde, 300 milhões de pessoas sofrem do problema, ocorrendo 180 mil mortes por ano.
Observou que "não é uma doença que sai barato para os cofres públicos", atingindo, nos casos mais leves, um custo médio anual de R$ 15 mil por paciente. Disse ainda que em Salvador, estima-se, que 27% da população têm algum sintoma asmático, mas, ponderou, "nem todos os casos são graves".
Ainda em Salvador, segundo o palestrante Adelmir, a asma é a sétima causa de morte e a segunda causa de doença respiratória. No contexto nacional, no ano de 2000, ocorreram 1620 óbitos em leitos hospitalares. Os custos atingiram a casa de 63 milhões de reais. Lamentou que "muitos médicos não sabem diagnosticar e asma".
Falou do apoio recebido do Ministério da Saúde, com repasse de medicamentos, e das secretarias Estadual e Municipal. Alertou para a importância das ações preventivas e como resultado positivo a desocupação de leitos hospitalares. "Com a prevenção, muitos dos leitos hospitalares vão ser ocupados por pacientes com outras doenças graves", observou.
Como prova eficaz do PorAR, apresentou um resumo econômico, com a redução de 51% dos custos com asma para o governo. Em valores, informou que a economia foi de R$ 2.508.000 por ano. Entende que esse valor deveria ser reaplicado no controle e combate da asma.
Seriedade do ProAR
O médico Guilhardo Fontes, presidente da Associação de Pneumologia da Bahia, destacou a seriedade do ProAR e o atendimento às pessoas carentes. Frisou a economia gerada pelo programa e, principalmente, a redução do número de óbitos.
Já a médica Rosana Franco, que esteve representando o Hospital Octávio Mangabeira, centro de referência de doença respiratória no Estado, lamentou que muitos dos doentes vêm do interior para serem tratados na capital, sobrecarregando o Octávio Mangabeira.
Também participaram da sessão, compondo a mesa de trabalho, os médicos Katiane Ramos, Reynaldo Rocha, Ieda Santos e João Machado. Dezenas de portadores da enfermidade marcaram presença, enchendo o Plenário Cosme de Farias da Câmara. Ao final das falas dos integrantes da mesa, muitos asmáticos contaram suas experiências de vida, destacando o que foi mudado quando passaram a ser assistidos pelo ProAr.