Os moradores do Centro Histórico de Salvador, que estão tendo suas residências reformadas pelo Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (IPAC) pela 7ª etapa, demonstraram insatisfação com a espécie de maquiagem que está sendo feita nos casarões, deixando as fachadas em perfeito estado enquanto os interiores encontram-se deteriorados.

    
´´Só reformam a parte visível porque não são bestas. Todo mundo quer ficar com o seu por fora, quer melhorar o seu carro e subir na vida com o dinheiro dos outros. Para reformarmos a parte interna teremos que fazer um mutirão para deixar o casarão em boas condições´´, declarou Neto Bonequeiro, um dos professores do teatro de mamulengos do Centro Histórico.

      A situação não é diferente para a moradora Ivonete Nascimento, 24 anos. A mãe de dois filhos, demonstrou preocupação com a estrutura do apartamento em que reside e com a permanência de sua família na propriedade.

      ´´O IPAC disse que só vai reformar a fachada. O local onde moramos há mais de um ano está muito danificado internamente. Moro, não pago aluguel, e tenho medo de ser retirada de lá, como aconteceu com outros moradores anteriormente´´, afirmou Ivonete.

      Para a presidente da Associação de Moradores do Centro Histórico conhecida como Dona Cida, ´´Ivonete tem o direito de permanecer com sua família na propriedade onde reside, mas segundo ela, a moradora tem que procurar se munir de documentos legais que garantam a permanência da sua família no local´´, explicou a presidente da associação.

     Com o intuito de apresentar as propostas dos prefeituráveis para a área do Centro Histórico, estão sendo realizadas reuniões em todas às quintas até o dia 7 de agosto. Na semana passada, o candidato foi Antônio Imbassay (PSDB), amanhã (17) será a oportunidade de Walter Pinheiro (PT). Posteriormente, ACM Neto (DEM) no dia 24, João Henrique (PMDB) dia 31 e, por último, Hilton Coelho (PSOL) no dia 7. (Marivaldo Filho, repórter)