A bancada de Oposição na Assembléia Legislativa constatou a total ausência de professores e alunos em sala de aula, devido, principalmente a falta de informações sobre o reinício do programa por parte da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). No local, pelo menos 165 alunos deveriam estar tomando aulas do curso pré-vestibular, mas não havia nem 10 alunos que se reuniram numa única sala.
 
No local, além da coordenadora, também estavam presentes um estagiário e uma professora licenciada que seriam responsáveis por ministrar as aulas. A queixa geral era de falta de informações. "Viemos arriscar e encontramos estes professores dando aula.

Mas aula que é bom não pode começar porque a maioria está ausente. ninguém avisou nada, nem quando suspenderam as aulas e muito menos agora", revelou uma estudante que preferiu não se identificar. Os professores e monitores também sofriam com a falta de informações e reclamavam que desde abril estão sem receber os salários.
 
"Estamos trabalhando para não prejudicar os alunos, mas não sabemos até quando vamos poder vir à escola. Estamos pagando para trabalhar. E enquanto essa situação não for regularizada, a tendência é deixarmos de dar aula", revelou um profissional que também se queixou da falta de informações. Além da ausência das aulas do Universidade para Todos, a bancada também constatou o completo abandono do Colégio.
 
CARTEIRAS QUEBRADAS

Salas de aulas com infiltrações, carteira quebradas, além de um elevado índice de evasão, mato crescendo em diversas áreas, o pavilhão dos fundos completamente abandonado, insegurança, ausência de professores foram alguns dos problemas constatados. Em Mussurunga, no Colégio Newton Sucupira, a situação do Universidade para Todos era ainda mais grave.

Apenas uma professora compareceu para ministrar aulas, porém, como os alunos não tinham conhecimento da retomada do curso, ninguém apareceu. O atraso no pagamento dos professores e monitores também foi confirmada pela profissional. "Ninguém nos dá garantia de nada. Mandaram retomar o curso pré-vestibular sem avisar aos alunos e sem nos informar quando iremo receber os salários atrasados, se é que vamos receber.
 
Se continuar deste jeito, este curso, que é fundamental para estes alunos de baixa renda, pois é a única oportunidade de concorrerem a um vestibular numa situação mais confortável, serão prejudicados. A falta de informação é tremenda. Ninguém sabe informar nada. Parece até que estão querendo acabar com o programa", afirmou uma professora que preferiu não se identificar.

Hoje, o deputado Heraldo Rocha, líder do Democratas na Assembléia Legislativa informou que fará um requerimento pedindo informações ao secretário de Educação do Estado, Adeum Sauer, pedindo esclarecimentos sobre o que ocorre na verdade com o programa Universidade para Todos e porque os profissionais de Educação estão sem receber os vencimentos, inviabilizando o andamento do projeto. "Será que pretendem acabar com o programa Universidade para Todos porque foi criado no governo passado e que foi modelo em todo o país, e relançá-lo com outro nome como se costumou a fazer neste governo? Se isso for verdade, pelo menos que sejam ágeis para não prejudicar os alunos que vão prestar vestibular e o Enem no próximo mês", afirmou o deputado.