O jovem Jean Santana, 16 anos, conseguiu resgatar apenas Giulia. "Eu cheguei a afundar, por pouco não me afoguei. Só consegui trazer uma, a outra sumiu", contou, abalado. Não havia salva-vidas por perto, nem bandeiras vermelhas que indicassem que o trecho não é apropriado ao banho. As únicas placas de alerta de perigo são de condomínios de casas particulares, nem sempre visíveis.
O posto da Salvamar mais próximo fica a cerca de um quilômetro de onde ocorreu o fato. "Na teoria, Jauá tem cinco postos salva-vidas, mas, na prática, funcionam apenas três", denunciou o barraqueiro Cauby Coutinho. "Nós reivindicamos a presença da Salvamar por aqui, mas não fomos atendidos até hoje", reclamou o colega Vagno Santos.
Segundo o supervisor da Defesa Civil de Camaçari, Raimundo Queiroz, Jauá conta com cinco postos, com dois homens em cada um. "Este ano, é o primeiro afogamento registrado", disse.
Os salva-vidas contrariam a existência de cinco postos. "São três postos com dois homens cada. Trabalhamos com pé-de-pato, bóia e prancha, mas falta estrutura", afirmou Edcarlos Santos. De acordo com mergulhadores que realizam a busca, o corpo de Laiana tem 70% de chance de estar preso aos recifes. "Foi uma fatalidade", contou Milton Santos, tio de Laiana e pai de Giulia. A menina é de Jequié e tinha vindo a Salvador estudar.