A falta de atuação da Secretaria Municipal da Reparação (Semur) da Prefeitura Municipal de Salvador é motivo de preocupação para o coordenador do Departamento Jurídico do Sindilimp-BA (Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia) Luiz Carlos Suíca.

O sindicalista afirmou que a Semur não cumpre sua função de articular, junto às instituições governamentais e não governamentais, políticas públicas de promoção da igualdade racial, em nível local.

"Os trabalhadores em limpeza de Salvador são afrodescendentes em sua maioria e pelos baixos salários e não grande escolaridade são os que mais sofrem com a falta de políticas públicas nesse campo e as principais vítimas do desemprego, analfabetismo, mortalidade em razão da violência, saúde pública deficiente etc.", afirmou Suíca.
 
CADÊ O SELO

Para o sindicalista a Semur não cumpre sua função e se assim continuar pode vir a ser fechada o que representaria um retrocesso para o movimento negro. "Está havendo falta de articulação ou capacidade técnica dos atuais gestores? Como anda o projeto do Selo da Diversidade tanto divulgado pela imprensa inclusive criado por um Decreto Municipal? Como anda o projeto da Feira de Empreendedores Afrodescendentes que nunca mais se fez nada sobre isso? Como está o andamento do Catálogo de Empreendedores Afrodescendentes, em parceria com o Sebrae?", questionou.
 
"Queremos uma Secretaria Municipal da Reparação que de verdade promova a eqüidade, a igualdade racial, de gênero, a eliminação da xenofobia e intolerância religiosa, por meio de políticas, articulações e ações, junto a instituições públicas, privadas e sociedade civil, em resumo, que seja uma referência na promoção de políticas de direitos humanos e de igualdade racial. Se o objetivo dos atuais gestores é destruir a Semur estão quase conseguindo", finalizou Luiz Carlos Suíca.