Sete pessoas foram mortas por volta das 23h deste sábado (7), na rua da Adutora, setor C, Baixinha da Mussurunga, próximo à Estação. Segundo informações, esta foi a maneira que a quadrilha liderada por um homem conhecido como Binho resolveu se vingar, depois que o chefe foi baleado na própria Baixinha da Mussurunga, na tarde deste sábado (7).
Além de matar as pessoas, a quadrilha saqueou ainda moradores do local. Apenas dois, até o momento, registraram queixa na 12ª delegacia.
E o policial militar Marcelo Jesus Barreto, 39 anos, foi morto na madrugada deste domingo (8) no bairro da Boca do Rio com 16 tiros. Segundo a polícia as balas atingiram todas as partes do corpo.
A Central de Telecomunicações das polícias Civil e Militar (Centel) registrou nas últimas 24h oito carros roubados, cinco assaltos a ônibus e 14 homicídios.
Os vizinhos descrevem o terror que se instalou no bairro, quando cerca de 15 homens armados executaram o grupo. Até o fechamento desta edição, os corpos de Evanildo, Gessildo e do pedreiro Luís Carlos dos Anjos, de 32 anos, haviam sido liberados para o enterro. O corpo de Luís seguiu para Serrinha, onde será sepultado.
Os moradores de Mussurunga I não se intimidaram com a truculência dos assassinos e pretendem fazer uma manifestação na manhã desta segunda-feira, 9, a fim de protestar contra a violência que insiste em rondar a área. "É terrível ver gente honesta, gente trabalhadora, morrer assim. Temos que lutar por justiça, e vamos fazer isso. Vivemos em total abandono. Os políticos só vão lá em época de eleição", desabafa uma liderança comunitária, que não quis se identificar.
Na Quinta dos Lázaros, uma das irmãs de Gessildo desmaiou. O pai, Juvenal de Oliveira, juntava forças para amparar a família. "Vamos lutar por justiça. É uma situação que não pode ficar assim", lamentou, inconformado. Gessildo deixa uma filha, de 22 anos. Em vida, era conhecido pela simpatia e solidariedade com a família e amigos. Evanildo deixa a esposa e uma filha pequena.
Os sete assassinados tinham origem humilde, morando numa área da cidade "praticamente abandonada pelos poderes públicos", conforme descreveu uma senhora que acompanhava os enterros. Nem depois da tragédia há policiamento no local, denunciam os moradores.