Um horror
O caos na saúde pública em Salvador parece não ter fim.
No final de semana, anúncios afixados na entrada do Cento de Saúde Professor Hosanah de Oliveira e Unidade de Emergência de Cajazeiras VIII já indicavam aos pacientes a dificuldade que teriam para ser atendidos.
No primeiro impresso estava escrito: suspenso atendimento pediátrico no dia 31/5 (sábado), das 5h às 19h, e no dia 1º/6 (domingo) das 17h até às 7h do dia 2/6 (segunda). No outro, colocado ao lado, lia-se: suspenso atendimento de clínica médica dia 1º/6, das 5h às 19h. Ontem, o posto de saúde de São Marcos, que costuma estar muito cheio, mas que sempre presta atendimento, estava vazio, pois os pacientes estavam sendo orientados a procurar outros locais.
"Estamos superlotados. Não temos capacidade de receber mais ninguém", justificou um funcionário da recepção do posto de São Marcos. Semana passada, o prefeito João Henrique decretou estado de emergência na saúde municipal, o que deve durar 120 dias.
A dona-de-casa Yolanda dos Santos de Carvalho, 43 anos, portadora de deficiência física devido à poliomielite, foi uma das vítimas do caos da saúde. Há uma semana sentindo dores de cabeça e no abdômen, ela piorou no sábado e, às 10h, foi levada pelo marido para a Unidade de Emergência de Cajazeiras VIII. Lá, segundo seu marido, o aposentado Isaías Conceição Santiago, 33 anos, foi informada de que não havia médicos no centro de saúde.