O último adeus à autora de Anarquistas, Graças a Deus se deu no salão cerimonial do crematório. Foi um ato simples e rápido, com alguns minutos de reflexão. Logo em seguida o caixão baixou para a câmara onde será cremado na segunda-feira, em horário não divulgado. As cinzas da escritora serão depositadas junto com as do marido, Jorge Amado, na Casa do Rio Vermelho, onde moraram por mais de 20 anos.
Antes de deixar a Capela F do cemitério, onde estava sendo velado, a romancista recebeu as homenagens das integrantes da Boa Morte. Com velas e terços em mãos, elas entoaram cânticos. Também passaram pelo velório Clarindo Silva, o escritor e historiador Luis Henrique Tavares, o escritor Antônio Olinto e o cineasta Sérgio Machado.
Olinto fez uma oração junto ao caixão da colega da Academia Brasileira de Letras e, emocionado, falou à imprensa sobre a importância da viúva do escritor Jorge Amado para a cultura brasileira. "Zélia escreveu de uma forma que só uma mulher consegue escrever, ela criou uma coisa nova na literatura brasileira, o papel de uma memorialista", declarou.
Mais cedo, o irmão de Jorge Amado, o escritor James Amado, chegou ao velório de Zélia Gattai acompanhado da esposa, Heloísa Ramos, filha de Graciliano Ramos. A neta de Zélia, Maria João, e alguns sobrinhos da escritora que moram em São Paulo estão desde cedo na capela do Jardim da Saudade.