O Sindilimp-BA (Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia) informa que os trabalhadores do setor de limpeza urbana em campanha salarial estão em estado de greve em razão da não abertura de negociações com o Selurb (Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana), sindicato patronal, visando a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho que assegure reajuste salarial recuperando o poder de compra da categoria, além das demais cláusulas sociais e sindicais constantes na pauta de reivindicações entregue em fevereiro.

Várias assembléias estão sendo realizadas nos pontos de apoio, garagens e sedes das empresas Vega Engenharia Ambiental, Torre Empreendimentos e Jotagê Engenharia com participação efetiva da categoria, segundo avaliação da diretoria do Sindilimp-BA. "Enquanto o setor de Asseio e Conservação já assinou a Convenção Coletiva proporcionando um reajuste de 9,69% nos salários, tíquetes-alimentação reajustados em 10% e cestas-básicas para os funcionários do setor industrial, o Selurb nada fez para que as negociações tivessem início. Fizeram apenas uma ligação telefônica e nada mais.

Isso é uma provocação a uma categoria que já mostrou seu valor. Salvador por diversas vezes ganhou prêmios nacionais na área de limpeza pública e depois do Carnaval, por exemplo, o primeiro setor a finalizar seu trabalho é o de limpeza urbana, no entanto os trabalhadores neste momento são tratados com descaso", afirmou Luiz Carlos Suíca, coordenador do Departamento Jurídico do Sindilimp-BA.

VALORIZAÇÃO
DO TRABALHADOR

A direção do Sindilimp-BA afirma que a reivindicação dos trabalhadores, além da defesa da mais ampla transparência na licitação e contratação das empresas, é que haja valorização do trabalhador e pagamento de salários justos, proteção ao trabalho com equipamentos de segurança e acompanhamento da saúde ocupacional.

"Enquanto as empresas vêm na limpeza urbana apenas lucros, para nós o setor deve ser tratado como prioridade e encarado como questão de saúde pública e defesa do meio ambiente. Para cumprir bem esta função é necessários ter funcionários bem pagos, capacitados e protegidos em suas necessidades de segurança e saúde ocupacional", disse o sindicalista.

"As empresas ligadas ao Selurb receberam a renovação por 20 anos do contrato de limpeza urbana através da sessão extraordinária que aprovou em regime de urgência urgentíssima o orçamento de 2008 e o projeto que institui a PPP (participação pública privada) para serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Em resumo, as empresas têm recursos para dar um reajuste salarial digno aos funcionários.

Os trabalhadores saberão dar uma resposta efetiva a esse descaso do sindicato patronal. Não queremos ir à greve porque não queremos causar transtornos à população, porém, se o desrespeito patronal continuar seremos levados a deflagrar uma greve geral no setor", finalizou Luiz Carlos Suíca.