Salvador

EMPRESÁRIO FRANCIMAR, PRESO EM JUAZEIRO, ERA CHEFE GRUPO DE EXTERMÍNIO

Informações do Ministério Público
| 25/04/2008 às 19:03
   O empresário Francisco Marques Pinto, vulgo 'Francimar', acusado de chefiar um grupo de extermínio que atuava no município de Juazeiro (localizado a 500 km de Salvador),  após o juiz Cláudio Santos Pantoja Sobrinho acatar pedido de prisão preventiva oferecido pelo Ministério Público estadual.

  Conforme denúncia do promotor de Justiça Rildo Mendes de Carvalho, Francimar e seu irmão Jonas Magalhães Marques, o 'Bode'; Iata Anderson dos Santos Pedro, o 'Nêgo Lata'; e Francisco Soares dos Santos Filho, o 'Fernandinho Beira Rio', são os responsáveis pela morte de Francemildo Araújo Gomes, em dezembro de 2003.

   Segundo o representante do MP, um suposto furto de alguns doces que estavam na carroceria de um veículo S-10 - pertencente a Francimar - teria motivado o crime.

De acordo com os autos do processo, Francimar e Bode foram considerados autores intelectuais do homicídio, enquanto que Nêgo Lata e Fernandinho Beira Rio, os executores do delito. 

   FINANCIADOR
 
  As investigações revelaram que Francimar era o financiador do grupo, e Bode o responsável pela negociação direta com os outros integrantes da quadrilha. Para o promotor de Justiça, "a apuração revelou que os denunciados formavam um perigoso grupo de extermínio que tinha por objetivo eliminar pequenos delinqüentes, mas acabou constituindo-se num bando que matava diversos pais de família de forma desenfreada".


   Rildo Mendes de Carvalho ressalta que cerca de duzentas pessoas foram vitimadas, "o que evidencia a hediondez das condutas praticadas pelo grupo". Bode e Nêgo Lata cumprem pena de 26 e 18 anos, respectivamente, por crimes de homicídio, e Fernandinho Beira Rio está preso no presídio de Petrolina.

   O promotor de Justiça salienta que outros crimes foram cometidos pelo grupo como seqüestros, roubo de cargas e tráfico de drogas, "de modo que impera a lei do silêncio, sendo que as vítimas e familiares nada querem falar em juízo, pois sentem-se amedrontadas". No último dia 24, Francimar foi interrogado e deve ficar preso para garantir a conveniência da instrução criminal e restabelecer a ordem pública, uma vez prejudicada com o acusado solto até o final do processo.