Salvador

GRUPO IGUALDADE VAI MOVER AÇÃO CONTRA HOSPITAL PELA MORTE DE TRAVESTI

Travesti Paulina teria morrido por negligência
| 23/04/2008 às 09:03
 

A morte do travesti Herbert Pereira da Silva, quinta-feira passada, após ter sido arrastado por cerca de 50 metros no centro de Feira de Santana, no dia 12 de abril, por desconhecidos que se encontravam no interior de um automóvel, pode desaguar  num processo contra o Hospital Clériston Andrade, acusado de negligência no atendimento de Herbert.


A ação judicial deverá ser movida pelo Grupo Liberdade, Igualdade e Cidadania Homossexual, o GLICH, conforme atesta em carta divulgada pela imprensa. O grupo está convicto de que houve falha do Hospital Clériston Andrade no atendimento, resultando na morte de Paulina, como era conhecido o travesti.


Misto de intolerância e preconceito, as circunstâncias que levaram Paulina a ser internado no Hospital Clériston Andrade com escoriações generalizadas pelo corpo, inclusive com costelas quebradas, foram marcadas por requintes de crueldade.


O travesti foi surpreendido por seus agressores, que a puxaram pelo cós da calça e a prenderam na porta do veículo, arrastando-a impiedosamente do ponto em que se encontrava até a porta de um supermercado, na Rua Marechal Deodoro.


Para o GLICH, entretanto, Paulina pode não ter tido o devido atendimento médico, considerando que após internamento de 13 horas a vítima recebeu alta médica, vindo a falecer posteriormente, ao tentar mais uma vez ser atendida pelo Clériston Andrade.


O hospital nega ter havido negligência médica, mas o deputado Tarcízio Pimenta (DEM) entende que, a julgar pela formulação das denúncias, Herbert Pereira pode, também, ter sido vítima de sentimentos homofóbicos.