Salvador

CONSTRUÇÃO PESADA ENTRA EM GREVE E PÁRA OBRAS METRÔ E ESTÁDIO PITUAÇU

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| 02/04/2008 às 09:10
As obras do Metrosal, mais uma vez, paralisadas pelos operários da construção pesada (Foto/BJá)
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    O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação, Obras de Terraplenagens do Estado da Bahia (SINTEPAV-BAHIA), após 78 dias sem avanços nas reuniões da Campanha Salarial, data base 1º de março, anunciou uma greve nas principais obras públicas da Bahia. Entre elas: o Metrô de Salvador, a Via Portuária, o Complexo Viário 2 de Julho (viadutos do aeroporto Luis Eduardo Magalhães) e o Estádio de Pituaçu.
 

    As principais reivindicações dos trabalhadores são 13% de reajuste; tabela salarial única para todo estado; piso salarial por função; cesta básica de R$ 70,00; horas extras de segunda a sexta a 80% e 100% aos sábados; assistência médica; aontrato de experiência de 30 dias e participação nos lucros e resultados das empresas.

           
    "Os patrões querem manter as mesmas condições do ano passado e conceder apenas a reposição da inflação pelo INPC. Para o SINTEPAV, a proposta é uma provocação aos trabalhadores e demonstra que eles querem o caminho do conflito. Dizer que não podem ceder mais é a mistificação da realidade e uma afronta ao trabalhador", critica o presidente do Sintepav, Bebeto Galvão, rechaçando a posição dos empresários, exigindo respeito ao trabalhador e negociação pra valer. 


   CRESCIMENTO
   DO SETOR

  O setor da construção pesada na Bahia cresceu, em comparação a 2006, mais de 7%. Além disso, o governo desonerou o setor, o que levou à diminuição dos custos de produção. A indústria da construção representa aproximadamente 14% do PIB brasileiro, é responsável por 60% da formação bruta do capital e controla 15 milhões de empregos diretos e indiretos. Somente os investimentos públicos, através do PAC, projetam um crescimento de até 30% este ano.


  "Os patrões ganharam muito em 2007 e vão ganhar muito mais em 2008. E nós, trabalhadores, fomos determinantes para a geração de tanto dinheiro. Sem o nosso trabalho, sem o nosso suor, não haveria riqueza nenhuma. A negociação coletiva é o momento de exigirmos dos patrões a redistribuição da renda na forma de melhores salários, saúde, segurança e trabalho decente", diz Galvão, garantindo que o SINTEPAV terá tranqüilidade e paciência para negociar, mas que tudo tem limite.


Reivindicações dos trabalhadores
na construção pesada:


13% de reajuste;

Tabela salarial única para todo estado;

Piso salarial por função;

Cesta básica de R$ 70,00;

Horas Extras de segunda a sexta a 80% e 100% aos sábados:

Assistência Médica;

Contrato de experiência de 30 dias

Participação nos lucros e resultados, entre outras reivindicações.