Salvador

PRESOS DELEGADO E SARGENTO ENVOLVIDOS EM MORTES NA REGIÃO DE IRECÊ

Informações da Polícia Civil
| 01/04/2008 às 19:03
    Envolvidas nos assassinatos do ex-vereador Edmeris José de Almeida, o "Dede", e do filho dele, Edmeris José de Almeida Filho, o "Tuty", quatro pessoas foram presas por policiais da 14ª Coordenadoria Regional de Polícia (14ª Coorpin/ Irecê), dentre elas o delegado da Polícia Civil Fábio Luis Silva, lotado na Delegacia do município de São Gabriel, e o sargento da Polícia Militar Ivan Carlos Correa Vital, da Companhia de Ações Especiais no Semi Árido (CAESA).
 
   As investigações que resultaram nessas prisões, e também na captura de Otacílio Rodrigues Dourado Júnior (Gambá) e de Beijamim Soares dos Santos, tiveram início em julho de 2004, após a morte de "Dede", seqüestrado em sua residência, na cidade de Uibai, por homens encapuzados.

   
    O corpo do ex-vereador, que de acordo com as investigações estava envolvido com o tráfico de drogas e de armas pesadas, além de praticar agiotagem, foi encontrado carbonizado nos arredores da cidade de Xique-Xique, a 583 quilômetros de Salvador. Com a morte de "Dede", Edmeris José de Almeida Filho, assumiu o controle dos "negócios", e tentou descobrir a autoria do assassinato do pai. De acordo com a Polícia, "Tuty" se envolveu com matadores de aluguel, dentre os quais Marcos Antônio da Silva Gomes, também conhecido por "Marcão", que já está preso. Dois anos depois, na noite de 13 de agosto de 2006, "Tuty" foi executado a tiros no povoado de Mato Verde, no município de Ibititá.


   AUTORES DA MORTE

       As investigações apontaram "Marcão" e o sargento Ivan Carlos Correa Vital como autores da morte de "Tuty". Os dois foram contratados por Beijamim Soares dos Santos para vingar a morte do seu filho Benílton Soares dos Santos, o "Taroba", que teria sido assassinado por "Tuty", por acreditar que ele estava envolvido na morte do ex-vereador Edmeris.  No curso das investigações ficou apurado que "Tuty" estaria relacionado com a morte de "Taroba". Um bilhete deixado no interior do carro da vítima explicitava essa relação, e trazia os nomes de cinco pessoas que deveriam ser mortas na seqüência.

    
      Constam da lista os nomes do soldado Gonçalves e do sargento Paulo Sandro, ambos da Polícia Militar, do delegado Fábio Luís, do agente da Polícia Civil de prenome Ipojucan e de outro homem conhecido por Ivo. A Polícia apurou ainda que o grupo, além de seqüestrar e matar o ex-vereador, roubou a quantia de R$ 350 mil.


   Todos os envolvidos nesses homicídios estão com prisões preventivas decretadas pela Justiça, inclusive o sargento PM Natanael Daltro dos Santos que, segundo informou o delegado Mozart Cavalcante, coordenador da 14ª Coorpin, deverá se apresentar na sede da coordenadoria regional, nas próximas horas.


  As investigações apontam que as pessoas indiciadas no inquérito estão envolvidas em vários outros fatos delituosos, constituindo um grupo permanente para a prática de execuções sumárias e extorsões, sob comando do sargento Vital e a conivência do delegado Fábio. Ambos foram encaminhados hoje (1ª) a Salvador, ficando o delegado custodiado na Corregedoria da Polícia Civil, e o sargento Vital no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas.