Um absurdo
Um atentado ao artista argentino que tanto fez pela Bahia (Foto/BJá)
Foto:
Pense numa coisa absurda! Acontece em Salvador.
A Fundação Gregório de Mattos, órgão da Prefeitura Municipal que organiza os eventos culturais na cidade resolveu promover uma Expo intitulada "Viva Salvador 459 Anos" e espetou dezenas de painéis contendo réplicas em fotos de trabalhos de artistas baianos, sobre o gradil de Carybé, no Campo Grande.
Um atentado ao bom senso, a arte e a cidade.
Para o artista plástico Leonel Matos trata-se de uma situação tão inusitada que não existem precedentes no país, pelo menos que ele conheça. "Como podem macular a obra artística de Carybé, a mais importante exposta nas ruas de Salvador, sobrepondo-a com replícas de obras de outros artistas, banneres e outras coisas mais", frisa situado que está indignado.
O gradil de Carybé no Campo Grande é uma obra belíssima posta quando da inauguração das obras de revitalização da praça na gestão do prefeito Antonio Imbassahy e, ao contrário do que está ocorrendo, deveria ser preservada, dignificada.
E o que é pior colocaram réplicas de obras de gente famosa - Lev Smarchevski, Justino Marinho, Jenner Augusto, Cássio Ribeiro, Valdo Robato, Juarez Paraíso, Bel Borba, etc, obra encobrindo obra. Será que esses artistas estão vendo essa aberração?
Já imaginaram se essa moda pega? Cobrir, por exemplo, a fonte de Mário Júnior Júnior com painéis de Mário Cravo Neto, ou mesmo as esculturas de Eliana Kértész, postas em Ondina, com esculturas de outros artistas. Panôs. Não tem cabimento.
Mas, em se tratando de Salvador nos dias atuais, tudo é possível.