Salvador

SALVADOR COMPLETA 459 ANOS E ESQUECE DO PORTUGUÊS QUE "ACHOU" A BAHIA

Essa é a cidade do Salvador
| 29/03/2008 às 00:03
A cidade, nos seus primórdios, com cartografia manual do século XVI (Foto/Rep)
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  A história tem dessas ingratidões. O navegador português Gonçalo Coelho (1451/1512) comandante da expedição exploratória brasileira que descobriu a Baía de Todos os Santos, em 1º de novembro de 1501, topônimo que originou o Estado da Bahia, berço da cidade do Salvador, neste sábado, 29, sequer está sendo lembrado nas solenidades oficiais e extra-oficiais, nas escolas, nas ruas, como aquele que "achou" o acidente geográfico onde se debruça a cidade do Salvador. 

  Na expedição de Gonçalo Coelho, apenas três naus, se encontrava Américo Vespúcio(1454/1512), o genovês que fez a primeira cartografia (mapa) onde hoje se situa a cidade do Salvador. Vespúcio, também como Coelho, sequer tem uma estátua ou placa de sabão para reverenciar os seus nomes na mais antiga capital do Brasil, Salvador da Bahia que, hoje, completa 459 anos de existência.

   Cidade de contrastes históricos, datas embaralhadas, desrespeito aos seus primeiros fundadores como núcleos de assentamentos urbanos primários (a Vila do Caramuru, entre 1509/1534) e a Vila Velha do Pereira (1534/1549), a cidade só reconhece como sua data de fundação a chegada da armada de Tomé de Souza, em 29 de março de 1549, 1º governador Geral do Brasil.

   Cidade que também despreza os seus originais habitantes, os tupinambás, que viviam aqui no seu território antes da chegada dos europeus e humilha a sua referência histórica mais importante nesse segmento étnico, Catarina Paraguaçu, a mãe do Brasil.
Cidade que não cultua os originais africanos que aqui chegaram como escravos e ajudaram a erguer a fortaleza da Bahia.

   Assim é Salvador, cheia de constrastes. Bela geograficamente e com profundas desigualdades sociais entre os seus filhos, netos e bisnetos. 2.850.000 habitantes, dos quais, mais de 1.9000.00 vivendo na linha da pobreza.

   Que Deus te abeçoe nesse momento, querida Salvador.