A concentração começoui com poucos participantes, por volta das 14h, mas, aos poucos uma multidão de fiéis e simpatizantes do candomblé se uniu contra a atitude da Sucom e da então secretária, Kátia Carmelo, principal alvo das críticas dos religiosos. Na Câmara, a vereadora Olívia Santana (PCdoB) quer proibir a entrega da medalha Maria Quitéria a Kátia Carmelo.
A justificativa apresentada pela Sucom não convenceu a comunidade. Alegar que o terreiro estava em local público e que o terreno era ilegal, segundo o presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia, Leonel Monteiro, "é uma total falta de sensibilidade".
"Foi uma ação para beneficiar os ricos empreendimentos que, também naquela região, avançam sobre os terrenos dos pobres com o veneno da intolerância religiosa. Como se não bastasse o chumbo e o chicote que usaram contra os nossos antepassados, querem agora arrasar nossos terreiros com os tratores da arrogância", afirmou Monteiro.
GREVE DE FOME
A passeata ocorreu de maneira pacífica. Um dos momentos mais marcantes foi quando os manifestantes vestidos de branco, tocando, cantando e dançando, pararam em frente à Secretaria Municipal da Reparação e agradeceram, através de uma salva de palmas, o apoio no caso da "agressão ao povo do candomblé", segundo o coordenador Marcos Rezende, em greve de fome há cinco dias.
"Temos que lutar contra a injustiça e a intolerância dos nossos inimigos que não querem nos respeitar. Estamos cansados de atitudes arbitrárias que sempre são a favor de uma minoria mais privilegiada", falou Rezende, em frente à Secretária da Reparação.
Na Câmara Municipal, a vereadora Olívia Santana (PC do B), também opinou sobre o assunto e criticou a secretária Kátia Carmelo. "Fiquei indignada com a justificativa de que o terreiro estava localizado em um local público e com a desculpa de que ela só cumpriu o dever dela. Essa Casa deve suspender a concessão da medalha Maria Quitéria que seria dada a ela", falou Olívia. (Marivaldo Filho, repórter)