Salvador

VEREADOR DO PSB QUER CEI PARA APURAR BENEFÍCIOS AO AEROCLUBE PLAZA

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| 26/02/2008 às 19:29

  Da Tribuna Popular da Câmara Municipal, Juarez Alvarez, representante dos moradores do bairro da Boca do Rio, levantou uma série de questionamentos sobre as obras de reestruturação do Aeroclube Plaza Show, que passará a se chamar Aeroclube Shopping & Office.

  E denunciou benefícios concedidos pela prefeitura à nova permissionária do empreendimento, a Alliansce Shoppings Centers, consórcio formado pela antiga permissionária, a Nacional Iguatemi, com a americana General Growth Ties (GGP).


   Entre eles a isenção de R$29 milhões de dívidas de IPTU; a redução do aluguel da área de R$150 mil para R$4,5 mil mensais; e a doação de 31 mil metros quadrados da área pública do Parque Atlântico.

  "O pior é que a sede dessa Alliansce fica em Lauro de Freitas, para não pagar impostos à prefeitura de Salvador, e ainda apresenta um endereço que não existe", acrescentou, acusando a administradora do empreendimento, ainda, de não ter sequer iniciado as obras do Parque Atlântico, quando o contrato previa que elas fossem iniciadas junto com a reforma do centro comercial.

   Juarez Alvarez denunciou, ainda, que a administração do Aeroclube vem proibindo a circulação de vendedores ambulantes por toda a área do empreendimento, inclusive na areia da praia. O vereador Celso Cotrim (PSB) disse que a denúncia justifica a formação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara para apurá-la.


MARACUTAIS

"Esta é uma das maiores maracutaias que acontecem em Salvador, desde a administração passada", frisou Cotrim, autor do convite ao representante da comunidade do bairro da Boca do Rio para se pronunciar da Tribuna Popular.


A vereadora Aladilce Souza (PC do B), lembrou que o Aeroclube já foi visitado por uma comissão de vereadores e que de lá para cá os problemas e indícios de irregularidades só aumentaram. Ela sugeriu a formação de um conselho de acompanhamento das obras, o que recebeu o apoio imediato da colega de partido, Olívia Santana.


Para o vereador José Carlos Fernandes (PSDB), presidente da Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, classificou o contrato da prefeitura com a administradora do shopping como extremamente lesivo à cidade, sobretudo em relação ao encontro de contas que gerou a isenção de impostos e a redução do valor do aluguel para R$4,5 mil. "Melhor que isto só pescar de bomba em aquário", ironizou. Téo Senna (PTC) também questionou a "caixa preta" em que se transformou o contrato da prefeitura com a empresa permissionária.


PROJETO - Das três lojas âncoras previstas para o novo Aeroclube Shopping & Office, uma já foi inaugurada antes mesmo da conclusão das obras: as Lojas Americanas. As outras duas serão Marisa e C&A. A revitalização do empreendimento para mudança do conceito de festival center para o de lifestyle center absorveu investimentos da ordem de R$24 milhões. A expectativa da empresa administradora é que sejam gerados cerca de 7.000 empregos diretos, 3.000 deles só no call center do Banco do Brasil, que começou a ser implantado em setembro.


O Aeroclube Shopping & Office ocupará uma área bruta superior a 32 mil metros quadrados, abrangendo 140 operações de varejo, entre lojas de diferentes portes e quiosques, 19 do segmento de alimentação e 30 escritórios. Só o Aeroclube Office ocupará uma área de 3,3 mil metros quadrados.


O empreendimento, localizado em frente à praia da Boca do Rio, está sendo construído em dois pavimentos, com lojas no térreo e escritórios no piso superior. O projeto prevê ainda a construção do Parque Metropolitano, numa área pública de 150 mil metros quadrados, com investimento estimado em R$4 milhões pelo Consórcio Parques Urbanos