Salvador

PITACOS E PITACOS DA CIDADE DO SALVADOR, POR ZÉDEJESUSBARRÊTO

Olho vivo na cidade
| 20/02/2008 às 07:03
  O banho de asfalto propagandeado pelo prefeito João começou na avenida da orla atlântica ainda em dezembro passado, engarrafando o trânsito com máquinas, fedor de betume e barulho bem naqueles momentos de pique pré-natalinos. Pois bem, as máquinas e os homens trabalhando sumiram, junto com a metade dos turistas que se foram depois do carnaval. Mas o "banho" continua, no "estica verão". Há um trecho enorme, entre Patamares e Placafor, com o chão lanhado, à espera da borra asfáltica que não chega. Espera-se que o  tal banho não se alongue tanto, até outubro.

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No alto da praia do Rio Vermelho, beirando a pista, nas imediações do monumento ancestral do Mestre Didi, ainda restam várias estacas plantadas desde antes do carnaval e que serviram para estender uma imensa rede de pesca sobre a avenida, uma decoração para os festejos a Iemanjá, sábado de carnaval. Alguém vai tirar aquela zorra de lá?



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"O povo pediu e a prefeitura cumpriu - A demolição do Clube Português" . Diz a placa,

imensa e iluminada, diante da pista para que todos vejam e não esqueçam: foi João quem derrubou. Nunca tinha visto placa eleitoreira de demolição, inovação marqueteira:

ou levanta ou derruba.


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Sumiram ( roubadas? arrebentadas?) várias daquelas toras de amarrar jegue que a Conder colocou sobre os passeios da orla, no trecho entre os entulhos do Português e o Jardim dos Namorados. As toras serviam também como assento para os incautos, os que curtem olhar o mar sentados na madeira. 


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Perguntar nunca ofende:  Afinal, o que vão fazer da velha Fonte Nova ? E como andam as obras de recuperação e ampliação do "estádio" de Pituaçu? Alguém sabe?



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As pequenas lagoas que enfeitavam o canteiro central da Av Paralela tornaram-se um lamaçal. Quase não tem mais água e o lixo se acumula nas margens. Falta de chuva, de cuidados, intervenção humana danosa e poluição. 

Por falar em água, os mananciais estão secando, já se fala em racionamento. Enquanto isso, canos estouram pelas ruas vazando água, dias e dias, num desperdício de doer. Não há manutenção adequada. Não existe uma campanha, tampouco fiscalização, para que se evitem os "gatos", o desperdício caseiro, o pinga-pinga das torneiras, as descargas que vazam direto nos sanitários de bares e restaurantes da cidade, nada.

Somos uma civilização do desperdício. Água é vida. E a Natureza não perdoa os malefícios que fazemos contra ela. É hora, urgente, de todos - sobretudo os poderes públicos - cuidarem das nascentes, dos rios, dos córregos, dos canos, das torneiras ...   senão... breve, muito breve, vamos ter gente morrendo de sede, agora nas cidades.