A violência está concentrada com maior intensidade na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e depois nas regiões de Feira de Santana e fronteiriças do Estado - Barreiras, Paulo Afonso, Teixeira, Juazeiro.

  Neste fevereiro, uma cidade pacatíssima como Serrinha, 67 km após Feira de Santana, foi abalada com dois crimes de mando até então nunca praticados no município. O primeiro aconteceu na segunda-feira de Carnaval, o fazendeiro Antonio Mariano, foi assassinado com um tiro de bala dum-dum, na casa de sua fazenda.

   O segundo crime aconteceu no sábado último, na área urbana de Serrinha, no bairro da Santa, um jovem M.S. foi assassinado com tiros a queima roupa em plena luz do dia. O jovem teria se desentendido numa festa na cidade de Candeal, refugiou-se em Serrinha, e, em menos de uma semana, foi metralhado.

   ANTONIO MARIANO

   O crime de Antonio Mariano abalou tanto a população da cidade, algo em torno de 80 mil habitantes, que gerou uma situação inusitada numa comunidade do interior, de que pouquíssima gente fala sobre o caso. Estabeleceu-se a lei do silêncio.

   O fazendeiro de médio porte vendia gado para corte e supõe-se que diante da cobrança de débitos teria sido eliminado. A família, em princípio, pensou que se tratava de uma morte por ataque cardíaco. Mas, quando foi realizado o levantamente cadavérico verificou-se que uma única bala, dessas que destrói todo corpo por dentro, eliminou o cidadão.

   Esses crimes não são registrados pela grande imprensa de Salvador, a Polícia dá pouca atenção as suas apurações e, na maioria dos casos, se tornam impunes.