Um novo componente está integrando a vida da cidade do Salvador neste ano de 2008, sobretudo a partir de fevereiro, com o linchamento ou massacre de pessoas que cometem infrações de pequena monta nos bairros. Dois jovens foram linchados no Parque São Cristovão, dois ladrões de motos foram executados no final de semana, e, hoje, mais dois corpos com sinais de tortura foram encontrados em uma rua sem asfalto no Alto do Coqueirinho por volta das 7h30 da manhã.

   As vítimas, no último caso, ambas do sexo masculino, ainda não foram identificadas. De acordo com a delegada Francineide Moura, da 12ª CP, os corpos estavam algemados e com saco plástico na cabeça. Um tinha uma marca de tiro na nuca e o outro foi atingido no queixo, braço e tórax. As cápsulas de bala foram retiradas antes de a perícia técnica chegar no local. O crime está sendo investigado pela 12ª CP.

   No programa de Bocão, nesta segunda-feira, 11, na TV Itapoan, foram mostradas cenas de dois ladrões de motos sendo executados por populares. O cinegrafista da Record filmou tudo, obviamente, sem mostrar os rostos dos executores que utilizaram de pedras, paus e dos próprios pés para linchar os dois rapazes. As cenas foram chocantes e mostradas ao vivo, com muito sangue jorrando na calçada.

    O QUE ESTÁ HAVENDO?

    Esse movimento que se inicia agora é perigossísmo para o governo e suas instituições, pois, se não agirem a tempo deflagrará uma onda de assassinatos da capital sem precedentes em sua história. A chamada justiça sendo praticada com as próprias mãos num governo que veio para mudar conceitos e formular novas política para o Estado representa um alerta geral.

    Ou o governo através dos seus órgãos competentes reage, e aí cabe até uma palavra do governador Wagner, ou vai haver uma onda de violência ainda maior do que a atual. Diante de uma impunidade que se tornou consensual, a população começou então a se organizar nos bairros e praticar sua própria justiçca.

   Com a divulgação que os meios de comunicação de massa está dando a esses crimes, a difusão entre as populações dos bairros se dissemina como um rastilho de pólvora. A Polícia tem que agir rápido e de forma eficiente. Ou o faz, ou perderá de vez o controle da cidade.