Salvador

ITAPARICA PROTESTA CONTRA VIOLÊNCIA E FECHA BOM DESPACHO P/ 45 MINUTOS

É a falta de segurança na Bahia que assusta moradores e turistas
| 24/01/2008 às 11:01
  Como o cangaço já chegou em Itaparica e outras pequenas cidades da Bahia, segundo o escritor João Ubaldo Ribeiro, organizado e comandado por cangaçeiros modernos portando metralhadores, nesta manhã de quinta-feira, 24, moradores e comerciantes residentes em Itaparica e Vera Cruz fecharam a saída do Terminal Marítimo de Bom Despacho durante 45 minutos em protesto contra aumento da violência. 

  Houve um enorme tumulto, uma carreta foi atravessada nas proximidades do terminal e o grupo exige do governo do Estado segurança para a ilha. Só na semana passada, dois supermercados foram assaltados em Itaparica, em plena manhã, por volta das 10 e 11 horas, e os ladrões além de furtarem as lojas ainda levaram bolsas e chaves de carros dos clientes. Ladrões também estão furtando casas de veranistas e assustando os turistas.

  No supermercado Altântico, um dos mais movimentados de Itaparica, uma cliente além de ter perdido a bolsa com o dinheiro teve que voltar para casa a pé. Os ladrões não levaram o seu carro, mas as chaves da casa e do carro foram com eles. O dono do Altântico está revoltado com a falta de policiamento na localidade.

  EMBARQUE

  De acordo com a TWB - empresa que administra o Sistema Ferry Boat - o desembarque de carros e passageiros ficou comprometido e um embarcação extra, que sairia às 9h20 do Terminal de São Joaquim, teve um atraso de cerca de 40 minutos.    Neste momento, os manifestantes estão na frente de um supermercado próximo à localidade de Gameleira. De lá eles seguirão para o entroncamento da BA-001. 

    A principal causa do protesto é o alto índice de violência registrado no local na última semana. Segundo os moradores e comerciantes, diversos assaltos e homicídios tem ocorrido na região desde o fim de dezembro do ano passado. Para o escritor João Ubaldo, que se solidarizou com o protesto, Itaparica "é um lugar de paz e descanso e não pode perder essas suas características".

   Ubaldo destaca que, infelizmente, no Brasil de hoje "um grupo de cangaceiros modernos chega igual ao que fazia Lampião e fecha uma cidadizinha, bota policiais para correr, leva o que quer e sai dos locais atirando para o alto".