A operação "Picaretas do Progresso" entrou em cena menos de 24 horas após a aprovação do PDDU com a derrubada da antiga sede do Clube Português da Bahia, área nobre da Pituba, logal onde deverá ser erguido um hotel com 18 andares.

   Os últimos integrantes do Movimento dos Sem-Teto de Salvador (MSTS) retiravam seus pertences em kombis e caminhões, após acordo entre as administrações municipal e estadual e os ocupantes, mas o início da obra executada pela Empresa Pejota, que contava com cerca de dez funcionários e quatro veículos no local, aconteceu sem que fosse colocada placa no local com alvará expedido pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom) autorizando a demolição e sem que a área fosse isolada.

     Por curiosidade, muitos populares se aproximaram da marquise situada na entrada principal do antigo clube, onde uma máquina de bate-estaca com o símbolo da Pejota derrubava a estrutura de concreto, colocando suas vidas em risco. Algumas fitas de isolamento estavam presas nos postes, enquanto outras estavam caídas no chão, mas o trânsito escoava sem qualquer proteção e o ponto de ônibus localizado em frente ao Português estava repleto de pessoas.

     O secretário Pedro Dantas, titular da Secretaria Municipal de Transportes e Infra-Estrutura (Setin) e responsável pela obra, explicou que a demolição estava programada para ser iniciada neste domingo, mas trabalho foi iniciado diante da antecipação da retirada dos integrantes do MSTS, feita pela Companhia de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador.

    De acordo com o secretário, a presença dos ocupantes foi o motivo para a placa com o alvará não ter sido colocada, como forma de evitar o acirramento de ânimos com as 50 famílias que moravam no local.