No Largo, ao pé do cruzeiro, as baianas repetiram o gesto secular de abençoar a todos com a água de cheiro, no ritmo do afoxé. "O que me emociona é a alegria, o clima de fé e esperança que a festa passa", diz dona Orlandina Silva, moradora do Parque São Paulo, que há mais de dez anos participa do festejo.
Criada em 1983, para compensar a frustração de um grupo de amigos integrantes do Bloco Nagazumbi que não haviam participado do Carnaval de Salvador por falta de recursos, a primeira Lavagem foi aberta com missa campal e contou com a participação de blocos como Olodum Ode, Orum Milá e do Abalaxé de Ori.
Para a prefeita Moema Gramacho, a Lavagem reverencia a história e a cultura da raça negra, que compõe mais de 80% da população do bairro. "É uma festa que o poder público está ajudando a preservar e a revitalizar, mas que nasceu e continua a ser construída pela comunidade".