Salvador

PRESOS ORGANIZAVAM FUGA NO COMPLEXO DOS BARRIS E SE REBELAM

Os presos estavam cavando um buraco para fugirem
| 08/12/2007 às 13:16

  Dezenas de presos do Complexo dos Barris promoveram uma rebelião, neste sábado, 8, na Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes, em Salvador. Seis pssoas foram mantidas como reféns e os presis exigiram a presença de um representante do Ministério Público, que já chegou ao local, além de veículos da imprensa. 

   Agentes da Tropa Choque foram acionados e acompanham as negociações.  Uma revista feita por policiais nas celas foi o estopim da rebelião entre os 90 detentos aglomerados num espaço onde cabem no máximo 35 presos. Segundo informações dos rebelados, as celas já chegaram a abrigar 135 pessoas.

   Os policiais apreenderam um celular e um carregador, uma fiação clandestina num dos corredores e localizaram um buraco de mais de um metro de profundidade que estava sendo cavado no pátio de sol.



   Os detentos reagiram se apoderando de três colegas de cela que foram ameaçados de morte com chunchos (facas fabricadas artesanalmente) no pescoço, destruíram as grades e iniciaram um pequeno incêndio, depois controlado por eles. As saídas foram cercadas por equipes do COE, Batalhão de Choque, para impedir a possível fuga dos rebelados ou a aproximação de parentes em busca de notícias. As duas delegacia que funcionam no local foram mantidas de prontidão para evitar que a rebelião se espalhasse pelas outras celas da unidade.


  Aos gritos de que exigiam a manutenção da sua integridade física, os detentos pediam a presença de um representante do Ministério Público, de entidades de direitos humanos e da imprensa. Um promotor do Grupo Especial do Crime Organizado foi encaminhado para o local para iniciar a negociação. Para o local também foram enviados uma ambulância e um rabecão, apesar das declarações do delegado Carlos Habib de que ninguém havia sofrido agressões.

  O Complexo dos Barris atualmente mantém entre 250 e 300 presos em todas as celas, três vezes acima de sua capacidade.