Salvador

FRENTE PARLAMENTAR ENTRA EM CENA E PODE INVIABILIZAR APROVAÇÃO DO PDDU

PMDB usa PDDU para testar fidelidade ao prefeito
| 02/12/2007 às 17:17
Área de encosta no Túnel Américo Simas, que o PDDU não dará mais jeito (Foto:BJ)
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  A próxima semana será decisiva para o projeto de remodelagem proposto pela administração municipal ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador. A rigor, concentrada no atendimento a determinados setores da indústria da construção no que ainda resta do filé territorial.
 
   Com a decisão inicial do PSDB de fechar questão contra as altrações ao plano, agora reforçadas com a determiação do PCdo B de adotar procedimento igual, e os votos que existem nas bancadas do DEM, PDT e outros, a oposição ganha folêgo e o prefeito João Henrique (PMDB) poderá retirá-lo de pauta se sentir uma derrota à sua frente, às vésperas do ano eleitoral.

   A novidade é que, desse novo fôlego, deverá ser formatada uma Frente Ampla Parlamentar na Câmara ou que outro nome venha a ter, com o propósito de agrupar essas forças, entendo-se aí que podem ser agregados vereadores do PT e do PSB) e sepultar o projeto, antes que o prefeito o retire da Casa, repassando a opinião pública que a vitória foi da Frente ou da oposição.

   O vereador presidente da Câmara, Valdenor Cardoso, que é o principal articulador do PDDU no sentido de que seja debatido no âmbito da Câmara, esta semana teve uma conversa com um interlocutor e confessou que há uma determinação do ministro Geddel Vieira Lima no sentido de se utilizar do projeto, no plano político, para testar a base aliada. Ou seja, com ou sem discussão, Geddel quer saber quem está com o prefeito através do PDDU.

   Quem está com o prefeito, apoia a aprova o PDDU; quem não está com o prefeito (e obviamente com a administração municipal) não apoia o plano. Daí que, o jogo fica mais claro no meio de campo e chega-se aos objetivos (ao gol) com somente aqueles que se integram de corpo e alma à administração. Quem não fizer isso, deve, também, devolver os cargos.

   O presidente da Câmara, Valdenor Cardoso, teme ser desmoralizado e ver todo seu esforço (e da Câmara) ir por água abaixo se o prefeito retirar o plano da pauta. Nesse caso, a Câmara teria feito um papel de bobo da corte, suado a camisa, feito muito esforço para nada. Se sentir que os rumos seguirão nessa direção, Valdenor pode se integrar a Frente ou simplesmente cruzar os braços e deixar a bomba explodir no colo do prefeito.

   Ao lado do PDDU a eleição da nova direção do PT na Bahia. O PT vai de candidato em 2008 e já sinalizou, ao lado do PSB e do PCdoB, que o melhor seria um recuo da administração sobre o PDDU. Isto é, recolher o plano e deixar para discutí-lo a partir de 2009. Tese que, nos bastidores do PMDB, não cai bem na medida em que, como em toda ação existe uma reação, a cúpula deste partido entende que o PDDU é um excelente álibi para saber se o PT está de corpo e alma com João. 

   A missa tem que ser completa. Pai, filho e espírito santo. Essa é a tese reinante no núcleo duro da Prefeitura de Salvador.