Salvador

LEITOR CONDENA IMPLOSÃO DA FONTE NOVA E DEFENDE SUA PRESERVAÇÃO

O e-mail é do leitor Maurício Ferreira
| 01/12/2007 às 09:28
  No último domingo quase toda a Bahia foi surpreendida com o trágico episódio ocorrido na Fonte Nova, quando dezenas de torcedores foram absurdamente vitimados, contabilizando até então sete mortes.

  Digo quase todos, porque diversas autoridades haviam sido alertadas para os riscos existentes e nenhuma medida foi tomada, preferindo nossos dirigentes deixarem o velho Mangabeira à própria sorte, ou ao azar, como de fato ocorreu.
 
  A tragédia era previsível, a banheirona, que outrora foi palco de grandes duelos esportivos, padecia sem qualquer manutenção. Infiltrações, estruturas e ferragens aparentes, instalações hidráulicas e sanitárias, tudo estava um horror.
 
  O estádio que já havia sido referência desportiva estava reduzido à pálida sombra do que um dia foi. A simples manutenção preventiva, o controle de lotação dos estádio e o cumprimento das recomendações técnicas pelas autoridades competentes teria evitado a tragédia, mas nada foi feito.

  Agora querem condenar o moribundo Mangabeirão à morte, com a demolição! Como se ele que tivesse disparado as armas do destino contra as vítimas que padeceram no acidente. Os verdadeiros culpados todos sabem, ocupam altas funções e têem aparecido constantemente na imprensa com as mais esdrúxulas explicações. Eles sim é que deveriam ter suas carreiras políticas demolidas, não deveria sobrar pedra sobre pedra.

  A demolição do Estádio Otávio Mangabeira é mais um desses absurdos que sempre acontecem na Bahia. Um estado tão carente, não pode dispor de um importante espaço desportivo em razão da falta de manutenção. É preciso que fique claro, que ninguém na Bahia é contra a construção de um novo estádio, mais moderno e melhor aparelhado para que possa vir a sediar jogos da Copa do Mundo, mas implodir a Fonte Nova é demais.

  Um novo estádio poderia ser edificado no Acesso Norte, próximo à estação do metrô, onde poderiam ser construídas diversas vias de acesso, de forma a não comprometer o trânsito e impulsionar o desenvolvimento da região. Também poderia ser construído na Avenida Paralela, sentido aeroporto-centro, aproveitando o desnível já existente na região e complementado o acesso com novas vias.

  Também no sentido centro-aeroporto, em área que poderia ser cedida pela União, podendo ser construída naquela região uma moderna arena, com acesso pela região do Iguatemi, pela Orla e através da Av. Luís Eduardo Magalhães. Ou seja, a construção de um novo Parque Esportivo, prescinde a demolição do velho monumento ao esporte.

  O que proponho, é que o Estádio Otávio Mangabeira seja reformado e mantido, reduzindo-se sua capacidade para 45.000 pessoas, mediante a demolição de alguns setores do anel superior, restabelecendo-se a segurança e garantindo a preservação de tão importante instrumento social.
 
  A obra de reforma poderia ser totalmente executada pela iniciativa privada, mediante o arrendamento ou comodato da arena a um grande time, tal como o Bahia, que se incumbiria de obter financiamento junto a algum organismo financeiro e realizar as modificações necessárias, pagamento o financiamento a longo prazo.
 
 Com isto, a Bahia teria apenas um grande estádio, mas dois! Um oficial, administrado e mantido pela Sudesb e outro, gerenciado pelo nosso glorioso Bahia, que com certeza faria renascer o Estádio Otávio Mangabeira das cinzas e da poeira a que está destinado, para um retorno heróico e renovado. Sugiro que a sociedade se organize, e através de uma grande campanha proponha a cessão do velho estádio ao Bahia, para que mediante um Termo de Ajuste de Conduta, venha a ocupar o velho estádio. 
  
  (Maurício Ferreira, servidor público)