A greve de fome do fome do bispo entrará em seu terceiro dia
Nota contra a greve de fome do bispo Dom Luís Cappio foi divulgada hoje pelo arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, que é presidente do Comitê Paraibano de Integração das Bacias Hidrográficas do Rio São Francisco.
No texto, o bispo paraibano firma que "nossa vida pertence a Deus e não temos o direito de tirá-la a qualquer título".
Dom Pagotto pede ao bispo baiano que reveja sua posição em relação à transposição, argumentando que a obra poderá beneficiar 12 milhões de nordestinos e favorecer o desenvolvimento do semi-árido.
"Quem tem sede apóia a obra", diz o arcebispo, lembrando que o planejamento técnico e a gestão administrativa e econômica da obra são de competência governamental. "Não compete a nós, bispos da Igreja, intervir nesse assunto" complementa.
A posição do arcebispo é seguida por outro religioso paraibano, padre Djacy Brasileiro, que também divulgou carta de protesto contra a posição de Dom Cappio. Ele ameaça inclusive uma greve de fome em protesto ao gesto radical do bispo baiano.
"Se Dom Cappio dá a vida pelo rio, eu darei a vida por milhões de nordestinos que já estão morrendo de fome", afirma na carta o padre que ficou conhecido no Brasil pelo recente ato público em defesa da transposição que realizou em Brasília.
O padre Djacy classifica que a postura de Dom Cappio de "decepcionante e anticristã porque é uma atitude contra um projeto que vai beneficiar os irmãos nordestinos". Djacy acrescenta: "Moro no sertão e sei da sede, da fome e da miséria do sertanejo. Não entrei na luta pela transposição de forma aleatória. Vesti a camisa do projeto porque tenho a absoluta convicção que será uma grande alternativa para livrar o povo dos quatro estados do Nordeste Setentrional do cativeiro não somente da sede, mas do atraso sócio-econômicO".
COMENTÁRIO
BAHIA JÁ
Está segunda greve de fome do bispo Dom Cappio, além de não ter a mesma repercussão que teve na mídia nacional em relação a primeira, daí que a postura do bispo recebe até mais críticas do que adesões, revela que o governo do presidente Lula, sobretudo através do Ministério da Integração Nacional, conseguiu difundir o projeto de transposição no Nordeste brasileiro, a ponto de outros religiosos, do mesmo naipe do bispo e até em grau superior, serem contrários a atitude do religioso da Barra.
Ademais, o governo, desta feita, através das suas vozes mais elevadas, o presidente Lula e o ministro Geddel já expressarem suas opiniões dando conta de que negociar com Com Cappio, de novo, jamais.
Daí que ou o bispo da Barra repensa sua posição; ou como disse Geddel, preparem os médicos para cuidar da saúde do religioso. O projeto da transposição segue em frente.