"Infelizmente não tivemos resposta do Poder Judiciário para a ação ajuizada em 2006, e nem a Sudesb se preocupou com a estrutura física do estádio, denunciadas pelo Ministério Público", explicou, durante a coletiva, o procurador-geral de Justiça Lidivaldo Britto, informando que o promotor de Justiça Nivaldo Aquino foi designado para acompanhar o inquérito policial que identificará os responsáveis pelo acidente.
Segundo ele, o MP pedirá a responsabilização criminal dos acusados, que podem responder por homicídio culposo, cuja pena varia de um a três anos de prisão. A petição da ação civil pública da promotora de Justiça Joseane Suzart já apontava que a estrutura do estádio da Fonte Nova apresentava "riscos à saúde e à segurança dos torcedores e demais freqüentadores do local", com ferragens expostas, tubulações enferrujadas, umidade nas estruturas, piso irregular e sem revestimento, além de "indicativos de movimentação anormal".
Segundo Joseane Suzart, várias reuniões foram realizadas com representantes da Sudesb, na tentativa de se firmar um Termo de Ajustamento de Conduta, mas sem sucesso. "Não há como alegar que a Sudesb não tinha conhecimento da situação precária do estádio", defendeu Suzart, explicando que a última reunião com o órgão foi feita em março de 2007.
Relatórios emitidos pela Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros em junho deste ano atestaram a necessidade urgente de reforma no estádio e a falta de condições para realização de eventos no local. "O estádio tem mais de 50 anos de existência e o poder público nunca efetou reparos significativos nele. Houve omissão flagrante!" , concluiu Joseane Suzart. O procurador-geral de Justiça anunciou, durante a coletiva, que oficiará o Tribunal de Justiça da Bahia para comunicar o fato do Ministério Público ter entrado com a ação desde 2006, sem resposta. Uma ação civil ajuizada, também em janeiro de 2006, contra o Esporte Clube Vitória, que solicitava a interdição do Estádio Manuel Barradas (o 'Barradão') foi distribuída para 1ª Vara Especializada do Consumidor, que acatou o pedido do MP e interditou temporariamente o estádio. Após reuniões com representantes do Vitória, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta com o clube, que, segundo a promotora, vem cumprindo as solicitações feitas pelo MP.
Matéria relacionada: