"Quem ouviu o debate da rádio Sociedade  (realizado hoje  dia 22) ficou ainda com muitas dúvidas sobre o que é o PDDU e também  teve a clareza de que a prefeitura quer aprovar o Plano Diretor, privilegiando os grandes empreendimentos imobiliários ao aumentar o gabarito da orla".

  Esta foi a conclusão do vereador José Carlos Fernandes(PSDB), presidente da Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, sobre as duas horas de debate no programa comandado por Armando Mariane, e que, para a maioria dos presentes, condenou publicamente os métodos empregados pelo Executivo na elaboração e agora na tramitação do projeto na Câmara Municipal.

    Um programa onde a secretária do Planejamento, Kátia Carmelo, foi a mais visada nas críticas, e tentou defender o procedimento da prefeitura, considerado como anti-democrático. "Ela tentou justificar a exclusão dos mais pobres do PDDU proposto pelo prefeito João Henrique e que é motivo de contestação na Justiça", afirmou José Carlos.

   A contestação dos métodos de procedimento na discussão do PDDU foi comentada pelo vereador e teve a concordância sobretudo da promotora do Ministério Público, Cristina Seixas, que citou inúmeras instituições que já se manifestaram contra o PDDU da Prefeitura: Crea, IAB, ABI, OAB, Faculdade Arquitetura e Urbanismo da Ufba.

A secretária do Planejamento, Kátia Carmelo, ficou na berlinda várias vezes e enfrentou "várias saias justas", conforme observou um advogado presente ao encontro, acuada pelas afirmações do vereador José Carlos Fernandes , que não poupou críticas ao projeto elitista da prefeitura.

  CRÍTICAS A
  VALDENOR

   O vereador José Carlos Fernandes também criticou a atuação da presidência da Câmara "na divulgação precária e no pouco esclarecimento à população sobre o que é o Plano Diretor e sua importância para o futuro da cidade. A presidência da Câmara preferiu realizar as audiências todas na própria Câmara Municipal,  impedindo os moradores de sair de sua casa, às vezes sem dinheiro, e vir ao centro para opinar sobre os problemas e soluções da cidade".

    José Carlos não poupou também a conduta da liderança do governo da Câmara: "O Executivo passou um rolo compressor e a liderança do governo desrespeitou acordos prévios sobre o número e a forma de realização das audiências, que previa a ida dos vereadores às comunidades- o político tem de ir aonde o povo está!".

    Em resposta a um ouvinte, o vereador José Carlos finalizou falando sobre a falta de participação popular na elaboração da lei que planeja e prevê o futuro de todos os moradores de Salvador: "As audiências na Câmara sempre estão com o plenário vazio".

Além dos vereadores José Carlos Fernandes e Théo Sena, participaram do debate, que terá segunda etapa no próximo dia 29,a  promotora Cristina Seixas, o promotor do município Pedro Costa e o presidente da Câmara Municipal, Waldenor Cardoso, além dos jornalistas convidados Alex Ferraz , Diniz Oliveira.