Acabou há pouco no auditório da Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura de Salvador (SESP) uma primeira rodada de audiência pública, convocada senão na surdina, porém, com pouquíssima divulgação, para discutir o modelo a ser adotado na concessão dos serviços de limpeza pública da cidade, se mantidos os 5 anos atuais; ou se permitada a concessão de 20 anos, prorrogáveis por mais 20.

   Há, portanto, na toca do coelho, sinais de uma provável concorrência pública, se adotado o modelo de 20 anos mais 20, a mais valiosa que Salvador já assistiu (e provavelmente também a Bahia) em valor estimado de R$4 bilhões.

   Entende-se que, se a Prefeitura convocou os empresários, cooperativas e outros segmentos desse setor para discutir um assunto de tal magnitude, obviamente pensa em mudar. A concessão em vigor vai vencer no início de 2008 e se a Prefeitura quizesse aplicar o atual modelo, renovaria até 2012, dentro da lógica normal.

   Mas, aí é que está as orelhas do coelho, indícios de que a Prefeitura estaria disposta a alongar a concessão para 20 anos mais 20. Ou seja, até 2028 numa primeira instância e numa segunda instância até 2048.

   A audiência pública de hoje foi presidida por Álvaro da Silveira, presidente da Limpurb, e contou com representantes empresariais expressivos do setor. Hoje, a Prefeitura gasta com o lixo terceirizado (sem contar a Limpurb) R$15.700.000,00 por mês ou R$178.400.000,00 por ano.

   Três vereadores da oposição (Antonio Lima, Téo Senna e Paulo Câmara) compareceram ao final da audiência e ficaram assustados com o que viram.