Salvador

DEPUTADO PROPÕE REUNIÃO DE CONSENSO PARA AJUDAR BARRAQUEIROS

A sessão aconteceu hoje pela manhã
| 26/10/2007 às 13:11
   Foi bastante concorrida a sessão especial que debateu o projeto de revitalização das barracas de praia da orla de Salvador.

  Solicitada pelo deputado João Carlos Bacelar (PTN), o parlamentar propôs a realização de uma reunião de consenso antes da decisão judicial, marcada para o próximo dia 6 de novembro, para que sejam discutidos com todos os órgãos envolvidos mais permissionários, os pontos polêmicos do projeto de revitalização da orla de Salvador.

  ''Precisamos chegar a um consenso para que os 527 barraqueiros não sejam mais prejudicados. Vamos aproveitar a sessão de hoje para tirar uma solução com todos os segmentos envolvidos na questão - Advocacia Geral da União, Ibama, Iphan, órgãos do governo do estado, da prefeitura de Salvador, Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa, Câmara Municipal de Salvador, associações de barraqueiros e a sociedade - e levarmos uma proposta pronta para a Justiça no próximo dia 6 de novembro, data definida pela Justiça para dar uma posição sobre o embargo das obras na orla. Como está é que não pode ficar'', enfatizou Bacelar.


  EMBARGADAS

  As obras, que estavam sendo bancados por empresas privadas através de parcerias com barraqueiros, sob a supervisão da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp), foram embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pela inexistência de adequações com as questões ambientais.

  ''Já se passa quase um ano do embargo e ainda não existe uma definição sobre o que será feito na orla de Salvador. Temos notícias de que o número de barracas será reduzido, gerando desemprego e mais problemas na orla, porque não se tem informações sobre o processo de seleção dos novos permissionários'', enfatizou Bacelar.
  ''Este é um processo que interfere na vida dos baianos, já que Salvador é a capital do turismo do estado, as praias são um dos seus principais atrativos e hoje vemos a favelização completa da orla. Além disso, a situação dos barraqueiros agravou-se geometricamente. O funcionamento, mesmo que precário, será definitivamente comprometido, gerando desemprego e a completa degradação da orla marítima. Por isso precisamos aprofundar a discussão da gravidade dos fatos e suas repercussões para a já fragilizada economia e o turismo soteropolitanos e a conseqüente elevação do índice de desemprego na capital'', encerrou Bacelar.

  
  PRESENTES

Na sessão, estavam presentes o deputado federal ACM Neto; o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Valdenor Cardoso; os deputados estaduais Heraldo Rocha, Roberto Carlos, Paulo Azi, Aderbal Caldas, Álvaro Gomes, Jurandy Oliveira; os vereadores de Salvador Virgílio Pacheco, Téo Senna e Marlene de Jesus; o gerente regional do Patrimônio da União do Iphan, Arthur Oliveira Chagas; Célia Bandeira, chefe de gabinete da Secretaria de Turismo; a secretária de Planejamento de Salvador (Seplam), Kátia Carmelo; o supervisor da Divisão de Cadastros da Capitania dos Portos da Bahia, Iraldo Barbosa de Menezes; Tiago Brasileiro, do CRA; Marcos Vinícius, da Sucom; além de representantes de barraqueiros e diversos permissionários.


  Durante a sessão, o deputado ACM Neto falou da importância das barracas para o turismo da capital e apelou para o bom senso dos órgãos envolvidos no embargo para que se chegue ao consenso e não gere mais desempregos e prejudique ainda mais o desenvolvimento e o turismo da capital baiana. Já o vereador


   FOLCLORE E SOFRIMENTO
 
   O folclórico da sessão foi a fala do presidente da Câmara de Salvador, Valdenor Cardoso. Impecavelmente trajado, Valdenor lembrou do seu tempo de barrqueiro, logo depois que ficou desempregado numa leva de demitidos do Pólo de Camaçari.

   Foram tempos difíceis em que "eu e minha esposa carregavamos engradados de cerveja" e lavávamos 'lambretas' com escovas.

   Alguém na sessão sussurrou: "Como os tempos mudam".