Salvador

DIÁSPORA AFRICANA SERÁ RECONTADA COM AVANÇOS DA ARQUEOLOGIA MARÍTIMA

O Simpósio Internacional de Arqueologia Marítima vai até sexta-feira
| 24/10/2007 às 17:02
Arqueólogo Ibrahima Thiaw, durante conferência no Simpósio, em Itaparica (Foto:BJ)
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O professor e arqueólogo Ibrahima Thiaw, do Instituto de Arqueologia Nacional do Senegal, África, afirmou em palestra no Simpósio Internacional de Arqueologia Marítima das Américas, nesta quarta-feira, 24, que uma parte significativa da diáspora africana será recontada a partir dos avanços da arqueologia subaquática no Continente africano, nas Américas e na Europa.

  Segundo o arqueólogo, depois de um trabalho que realizou na ilha de Goree, porta de entrada da invasão ao país pelos portugueses e depois pelos colonizadores franceses, ele verificou que os estudos se comportaram diferentes das narrativas orais e populares da localidade, e de outra tese cujo conceito de negritude se sustentava na sociedade senhorial, ainda que muitas dessas senhoras, tenham se casado com europeus.

  A arqueologia subaquática ainda está engatinhando no Continente africano, assim como em várias partes do mundo, e muito do que se sabe hoje sobre a escravidão
o, a diáspora africana, será recontada adiante, com informes que estão submersos e que precisam serão analisados.

  Destaca, ainda, que as sociedades africanas se encontravam estruturadas quando se deu a colonizaçao européia e a diáspora e as estimativas sao de que milhões de africanos se espalharam pelo mundo, com uma enormidade de informações que ainda precisam ser pesquisadas.

  Ele disse que sua tese estudada cientificamente sobre a ilha de Goree, onde havia uma sociedade senhorial, com escravos e mestiços livres, cuja narrativa popular atestava uma outra coisa, não foi bem recebida, mas, ele não se importa com isso pois sabe que a ciencia, o trabalho da arqueologia está correto.

  ILHA DE GOREE
 
  O arqueólogo senegalês apresentou um trabalho sobre arqueologia na ilha de Goree, porta de entrada da colinização européia no Senegal, revelou aspectos da Maison dos Escravos, as diversas versões sobre a ocupação da ilha, as destruições dos fortes de São Miguel e São Francisco pelos colonizadores franceses e as narrativas populares dos nativos senegaleses.