Salvador

CRA COLHE AMOSTRAS DA ÁGUA DO SÃO FRANCISCO P/ ANÁLISE EM LABORATÓRIO

Essa é a previsão do CRA
| 07/10/2007 às 22:09

  Uma equipe do Centro de Recursos Ambientais (CRA) esteve em Bom Jesus da Lapa, neste domingo (7), para colher amostras da água do Rio São Francisco devido à suspeita de contaminação.

  As amostras serão encaminhadas para os laboratórios da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) e da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Após uma reunião realizada sábado (6), com os secretários estaduais da Saúde, Jorge Solla, do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Valmir Assunção e a diretora do CRA, Beth Wagner, as equipes da Vigilância Epidemiológica da Sesab e do CRA foram enviadas à região.

 Conforme informações da Coordenação de Defesa Civil (Cordec), o órgão foi notificado pela prefeitura de Bom Jesus da Lapa sobre a ocorrência de alteração do odor e da coloração da água do São Francisco na cidade, na região do Rio das Rãs e no município de Serra do Ramalho.

  CHEIRO FORTE

Os moradores de Bom Jesus da Lapa alegam que a água realmente está com um cheiro forte e que estão evitando usar a água do rio, como conta a comerciante Everalda Cordeiro de Sá, proprietária de uma barraca às margens do rio.

 "De uns dez dias pra cá, a água está com um cheiro forte, parece remédio, eu tenho trazido água de casa pra lavar os pratos e os peixes, até saber o que é isso", disse ela. Assim como Everalda, Francisco dos Santos, também comerciante do local, disse que os freqüentadores das barracas estão reclamando do cheiro forte e ele notou uma espécie de ‘lodo'na beira do rio que nunca tinha visto antes. "As pessoas estão reclamando do cheiro da água que piora quando fica mais quente e eu já vi um lodinho na beira do rio que eu nunca tinha visto antes", afirmou Francisco.
 
  EM 10 DIAS

 A equipe do CRA colheu as amostras em Bom Jesus da Lapa, na sede e na zona rural da cidade, em Paratinga e no município de Serra do Ramalho. De acordo com o biólogo do órgão, José Antônio Lacerda, o resultado das análises devem ficar pronto em 10 a 15 dias, pois elas são feitas simultaneamente e cada existe uma metodologia diferenciada para cada uma. "Vai ser feita uma análise detalhada do material coletado para detectar a presença de possíveis algas ou alguma bactéria, para depois serem tomadas as devidas providências, caso haja eventualmente alguma contaminação", garantiu Lacerda.
Mesmo com as suspeitas de contaminação, os pescadores e barqueiros da região continuam trabalhando e afirmam não ter visto peixes mortos ou qualquer tipo de mudança na coloração da água. "A única coisa é o cheiro que está bem forte, parecendo que caiu algum tipo de remédio na água, mas a gente não viu mancha nenhuma ou peixes mortos pelo rio", assegurou o pescador e barqueiro Gildásio de Souza, que vive e trabalha na região há mais de dez anos.
Assim que o laudo das amostras ficar pronto, a equipe da Vigilância Epidemiológica da Sesab também vai tomar providências de acordo com o resultado das análises. De acordo com a diretora do Laboratório Central de Saúde Pública da Sesab, Rosane Will, além da coleta de amostras da água, eles estão fazendo uma coleta de dados, uma retrospectiva de até quatro semanas atrás para detectar algum caso de diarréia ou lesão de pele que eventualmente possa ter sido ocasionada pelo consumo da água do São Francisco.