Os vereadores Téo Senna (PTC), Antonio Lima (DEM) e Jorge Jambeiro (PSDB) fizeram uma blitze nos postos e unidades de saúde de Salvador na segunda-feira, 24 de setembro. A conclusão dos três vereadores é que saúde do município de Salvador vai muito mal.

  No pátio de automóveis inativos da prefeitura, os vereadores viram que do total de 38 ambulâncias da SAMU, 20 encontram-se inativas no local. E aproximadamente 100 carros pequenos estão parados por falta de manutenção.

  "Além disso, cerca de 20 Kombis que prestam serviços à prefeitura estão fora de circulação por falta de recursos, afirma o vereador Téo Senna.

  De acordo com o vereador Antonio Lima, a imprensa só teve acesso ao local graças à companhia dos vereadores e o coordenador do pátio se recusou a falar com os repórteres.

  "Fizemos um relatório para que as pessoas saibam detalhadamente a que ponto chegou a saúde na capital baiana", afirma o vereador Jorge Jambeiro.

 

16º Centro

 

  No 16º Centro de Saúde Maria Conceição Santiago Imbassahy, em Pau Miúdo, os vereadores constataram que os fundiocnários posto, que atende mensalmente 18,6 mil pessoas nos serviços ambulatorial, de emergência e urgência, estão em greve há cinco dias por falta de pagamento. O atendimento tem sido feito somente quando é emergência ou urgência.

  Téo, Lima e Jambeiro foram informados por Carlos Alberto de Lima, diretor regional da Pró-Saúde, entidade filantrópica que administra o 16º Centro, que a dívida da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) chega a R$ 7.743.348,22. A verba é destinada ao pagamento de salários de médicos, funcionários, ao aluguel de aparelhos e equipamentos do ambulatório e laboratório, entre outros.

 "Este posto é reconhecido pela própria SMS como o melhor posto de saúde do município", frisa o vereador Jorge Jambeiro.

 

 14º Centro

 

  No 14º Centro de Saúde Professor Mário Andréa, no Péla Porco, os vereadores constataram que há uma defasagem de médicos clínicos. Há, atualmente, apenas um clínico geral, quando a necessidade é de, no mínimo, três profissionais. "Para tentar amenizar a precariedade, funcionários do Centro utilizam a reciclagem de papel como forma de gerar rendas para a unidade", afirma o vereador Téo Senna.

  Os vereadores comprovaram também que o 14º Centro precisa de pintura interna e externa, e funcionários da empresa Conservadora Mundial, responsável pela unidade de saúde, reclamam do atraso de salário há dois meses.

 

Ilha Amarela

 

  Segundo os vereadores, na Unidade de Saúde da Família de Ilha Amarela, no Subúrbio Ferroviário, onde são atendidas, em média, 200 pessoas por dia, os salários dos médicos e dos funcionários estão atrasados; faltam medicamentos básicos (anti-térmicos e analgésicos) para o tratamento de hipertensão, diabetes, anemia e virose.

  "O atendimento não foi extinto porque o posto conta com a ajuda de estudantes de enfermagem da Universidade Federal da Bahia", ressalva o vereador Antonio Lima, acrescentando que os médicos fazem rodízios no atendimento; as consultas odontológicas estão sendo canceladas por falta de luvas dos profissionais; há mais de um ano a unidade não realiza exames de raios-X odontológicos por falta de filme para revelação; e que o aparelho para limpeza odontológica está desativado por falta de manutenção.

 

Alto do Cruzeiro

 

Na Unidade de Saúde da Família do Alto do Cruzeiro, no Subúrbio Ferroviário, os vereadores se indignaram. A unidade está localizada em cima de um bar há um ano e oito meses, após o antigo posto de saúde ter sido condenado pela Conder, devido à degradação de suas instalações.

"O local é completamente insalubre, não possui ventilação e encontra-se com paredes mofadas, infiltrações, banheiros sem a mínima condição de uso, remédios armazenados inadequadamente, e o acesso é difícil para os pacientes, principalmente para os portadores de deficiência física", afirma o vereador Téo Senna.

 

Agente Comunitário

 

Os vereadores estiveram também com os agentes comunitários de saúde, que reivindicam o não-pagamento da rescisão contratual com a Real Sociedade; aumento salarial; e denunciam a falta de fardamento e crachás de identificação e da cópia do contrato de trabalho com a Secretaria de Administração do Município.

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