Salvador

INDIOS KIRIRIS DÃO PRAZO A COELBA ATÉ SÁBADO POR IDENIZAÇÕES EM TERRAS

Os índios entram em pé de guerra no sábado, 15
| 13/09/2007 às 13:30

   Os índios Kiriri, Banzaê, Nordeste da Bahia, estão irritados com a demora da Coelba em conceder uma contra-partida pelo uso de suas terras com uma rede de transmissão de energia.

  Liderados pelo cacique Zénito de Jesu foi encaminhada uma carta à direção da Coelba, ao presidente Moises Afonso Sales Filho, mas, até agora, nada. 

  De acordo com o radialista Joilson Costa "os índios já estão em pé de guerra" e seria oportuno uma solução por parte da Coelba.

   CARTA NA INTEGRA 
   A COLEBA
  

  - Nós indios Kiriri estamos informando através deste abaixo assinado, com cópias para a Procuradoria Geral da República e para a ADM, Regional de Paulo Afonso, que os indios Kiriri ficaram muito revoltado com a resposta da Coleba que depois de tantas audiências e reuniões no Ministério Público Federal e na tribo Kiriri e depois diante um trabalho muito bem feito pelos antropólogos e sociólogo da Funai, que demonstrou a divida existente que a Coelba tem com a tribo Kiriri.

    Referente a uma rede de alta tensão que corta o território indígena, causando alguns danos, sem falar da rede que abastece o nosso Município, rede esta que passa em nosso teritório desde 1960.


   Nós índios Kiriri, achamos Sr. Presidente, uma falta de respeito com o Ministério Público Federal, com a Funai e uma discriminação com os indios Kiriri, principalmente em comunicar que não nos deve nada desrespeitando assim nossos direitos.


   Nós índios Kiriri Sr. Presidente, decidimos que apartir desta data 29/08/2007, fica proibido a entrada da empresa Coelba dentro do nosso território. A não ser que seja para negociar com o nosso povo. Caso contrário responsabilizamos a mesma por qualquer ato que venha acontecer dentro do território indigena relacionado a este assunto.

   Decidimos também que apartir do dia 15/09/2007 a Coelba pague o que nos deve e retire também a rede de alta tensão que passa dentro do nosso território. Após o vencimento desta data a mesma arque com as consequências da não retirada.

Queremos deixar bem claro que, não estamos pedindo nada a ninguém, estamos exigindo o que é de nosso direito.


   Estamos dispostos a tudo para defender o que é nosso de direito. Chega de Sofrimento, são 500 anos de resistência, mais se for preciso lutaremos mais 500 anos, para conquistarmos este direito que é sagrado.


   Atenciosamente,

As lideranças indígenas Kiriri

Zenito de Jesus

Adonias Higino Andrade

Manuel Paixão do Nascimento

Edjânio dos Santos

Noberto Paulo de Souza.