A greve será nacional, por um dia
Professores querem eleições diretas já para diretores e piso salarial de R$1.050,00 (Foto:APLB)
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A decisão da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Eeducação (CNTE) de marcar para dia 29 paralisação nacional dos trabalhadores em educação em favor do Piso Salarial Profissional Nacional visa, segundo a APLB/Sindicato, assegurar conquista que se reflete "diretamente sobre a qualidade da educação e, conseqüentemente, sobre o futuro das próximas gerações e do país".
A CNTE propõe uma jornada de 30 horas semanais referente a pisos de R$ 1.050,00 e R$1.575,00, respectivamente para titulações de nível médio e superior. O relator tem sofrido muitas pressões, sobretudo dos gestores, no sentido de manter a proposta do Executivo de 40 horas semanais para vencimento (com gratificação) de R$ 850,00. O relator rejeita essa proposta e se diz tender a buscar um meio termo entre as proposições da CNTE e dos gestores. Diversas pesquisas da CNTE mostraram que, apesar de a questão salarial ser considerada importante, até mesmo pelos pais de alunos, os trabalhadores em educação nunca a colocaram isoladamente de outras políticas inerentes à qualidade do ensino. Dentre as quais, a formação inicial e continuada dentro de uma concepção de carreira profissional, o que nos coloca, como categoria, em situação extremamente confortável para assumirmos o protagonismo das lutas em defesa e promoção de uma educação pública, gratuita e de qualidade na qual, finalmente, a questão salarial se insira.
ACERTAR CONTAS
Ainda segundo a APLB/Sindicato é chegado o momento de o governo acertar suas contas "com nossos contracheques, o que vemos é uma tentativa de consolidar uma política salarial inadequada ao País".
Nossa greve, portanto, tirará proveito das aulas públicas que serão organizadas em todas as cidades para explicar à população a importância de defendermos a proposta de criação do Piso Salarial Profissional Nacional conforme o parecer do relator, deputado Severiano Alves (PDT-BA).
Aprovado como está, o projeto representará uma efetiva melhoria nas condições de vida e trabalho de uma categoria responsável pela garantia de um direito humano e social básico para todos os outros direitos.
Não é por outro motivo que, a exemplo da manifestação da CUT no último dia 15, a APLB/Sindicato aproveitará a greve para insistir na defesa dos mesmos pontos, entre os quais a manutenção do veto do Presidente Lula à Emenda 3, a retirada imediata do PLP 01/2007, a mudanças na política econômica, o direito irrestrito de greve e contra o interdito proibitório, a garantia da negociação coletiva no serviço público e respeito total à organização dos trabalhadores, a defesa da previdência pública para todos e a ampliação dos direitos, a reforma agrária e a implementação de incentivos à agricultura familiar; e a valorização da educação pública, que passa, necessariamente, pela valorização do educador.
É importante deixar claro que o projeto de lei 619/07 não se limita a indicar valores. Mas do que isso, estabelece uma política salarial que uma vez transformada se consolidará como um dos pilares da valorização profissional. Por isso, é fundamental que essa lei determine parâmetros razoáveis, caso contrário, nossa luta por um salário digno e compatível com as responsabilidades de nosso trabalho se alongará.