O Ministério Público estadual e as Polícias Militar e Civil atuarão em conjunto na repressão ao "jogo do bicho".
Detalhes de como se dará essa atuação foram definidos em uma reunião na tarde desta segunda-feira, 27, entre o procurador-geral de Justiça Lidivaldo Britto, o delegado-chefe da Polícia Civil, João Laranjeira, e o comandante-geral da PM, Coronel Antônio Jorge Santana.
De acordo com o chefe do MP, a partir de agora serão priorizados o fechamento dos estabelecimentos e pontos de aposta ainda em funcionamento e a responsabilização criminal dos integrantes da "cúpula" do jogo do bicho.
"Precisamos deixar claro que essa atividade não é simples e inocente, como alguns pensam. Ela arrecada milhões de reais sem pagar impostos. Quanto à legalização, cabe à União decidir. Por enquanto reprimiremos o jogo, que é uma contravenção", explicou.
Também participaram da reunião os coordenadores dos Grupos de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), respectivamente promotores de Justiça Paulo Gomes e Isabel Adelaide Moura, além do coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça Criminais (Caocrim), Rômulo Moreira.
IMPASSE ESCLARECIDO
O suposto impasse que teria se estabelecido entre o Ministério Público e as Polícias após recomendação da promotora de Justiça Isabel Adelaide para uma ação mais ostensiva no fechamento das casas de aposta de Salvador, foi esclarecido. "As Polícias Militar e Civil sempre foram nossas parceiras", ressaltou Lidivaldo Britto, acrescentando que no interior do Estado diversas operações contra os jogos de azar estão sendo feitas com a ajuda das Polícias.
Segundo a coordenadora do Gacep no encontro foi definida a padronização e ajuste dos procedimentos adotados pelo MP e Polícias. "Não poderíamos usar dois pesos e duas medidas, fechando bingos e apreendendo máquinas caça-níqueis, e manter o jogo do bicho, que é uma atividade ilegal, em funcionamento", explicou a promotora, acrescentando que "precisamos desmistificar a idéia de que o jogo do bicho emprega e que por isso não devemos combatê-lo pois esta seria a mesma justificativa para manutenção do tráfico de drogas". Entre as próximas medidas anunciadas pelo MP, está a busca de informações junto à Prefeitura Municipal de Salvador sobre a concessão de alvarás de funcionamento das casas de jogo de azar.